Euro cede após causar susto às empresas
8 de dezembro de 2004
Em vista da alta do euro (na terça-feira, 8, seu valor de referência fechou com o recorde de 1,3456), vários institutos de pesquisas econômicas haviam advertido sobre os riscos de um dólar fraco para a economia alemã. Também o presidente do Banco Central alemão, Axel Weber, havia salientado que uma intervenção no mercado de divisas pelo Banco Central Europeu é "um meio possível para conter a valorização do euro".
Nesta quarta-feira, porém, a moeda comum européia chegou a escorregar temporariamente para abaixo de 1,32 dólar, para alívio de muitos empresários e economistas. Pela manhã, o euro chegou a ser cotado 1,3194 − seu valor mais baixo desde o mês passado. O Banco Central Europeu (BCE) fixou seu valor de referência em US$ 1,33.
Descartada a intervenção − Uma intervenção, como chegou a ser solicitada por lideranças econômicas, tornou-se assim desnecessária, acha Christian Pohl, da corretora de divisas FXdirekt. O que o preocupa, entretanto, a "extrema movimentação da moeda". "É possível que ainda antes do Natal o euro caia para abaixo de 1,32 dólar", opina.
Analistas econômicos não vêem na queda uma intervenção de bancos centrais. "A queda da cotação demorou vários minutos. Isto é atípico para uma intervenção, em que a queda vertiginosa se dá em poucos segundos", disse Michael Schubert, economista-chefe do Commerzbank.
Expectativa das empresas − Da mesma forma como Rainer Sartoris, do HSBC Trinkaus & Burkhardt, Schubert responsabiliza o movimento para a realização de lucros pelo fenômeno. "O mercado de divisas não é nenhuma via única. Depois da clara valorização do euro, era preciso contar com esta correção", destacou Sartoris.
A ascensão da moeda européia nas últimas semanas surpreendeu os empresários. Uma pesquisa do jornal alemão especializado em economia Handelsblatt com as 30 principais empresas negociadas na bolsa de valores de Frankfurt revelou que poucas firmas, entre elas a Siemens, acreditam que o euro mantenha em 2005 um valor tão alto como o dos últimos dias. Tanto a Bayer, como Commerzbank, Deutsche Post ou Thyssen-Krupp esperam ele se estabilize em torno do 1,27 até 1,30 dólar.