Europa condena ataque suicida a Israel
18 de abril de 2006O massacre de inocentes não tem justificativa e também não pode ser uma "autodefesa", afirmou o presidente da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa, René van der Linden, nesta terça-feira (18/04), em Estrasburgo.
O ataque suicida de segunda-feira, reivindicado pelo grupo extremista islâmico Jihad Islâmico, provocou a morte de nove pessoas e deixou vários feridos, o pior balanço de um atentado palestino cometido em Israel desde agosto de 2004. Entre as vítimas fatais, encontravam-se também uma turista francesa e duas romenas.
"Matar inocentes nunca resultará em paz", disse Linden, que condenou o ataque "sem qualquer reserva". O presidente do Parlamento Europeu, Josep Borrel, disse que esses "atos terroristas freiam os esforços para uma solução pacífica do conflito do Oriente Médio".
Segundo Borrel, a maioria dos israelenses e palestinos quer uma paz duradoura, baseada em negociações e diálogo. "A morte de civis não é a resposta às suas esperanças", acrescentou.
"Nova espiral da violência"
A União Européia lançou uma advertência contra uma "nova espiral da violência". "Condenamos com toda veemência estes ataques terroristas. Apelamos a todas as partes que evitem uma nova espiral da violência", disse um porta-voz da Comissão Européia disse em Bruxelas.
Ele disse que, mesmo depois do anúncio de ajuda financeira aos palestinos feito por Moscou, não há sinais de quebra da unidade do chamado Quarteto do Oriente Médio, formado pela ONU, EUA, EU e Rússia. Os quatro pediram em 30 de janeiros passado ao Hamas que renuncie à violência e reconheça o Estado de Israel.
As forças oficiais de Israel foram colocadas em alerta máximo nesta terça-feira por causa dos temores de novos atentados palestinos. Após uma reunião ministerial de emergência, o governo israelense apontou o governo palestino comandado pelo Hamas como responsável pelo atentado em Tel Aviv.
Israel aperta o cerco aos palestinos
Três deputados do Hamas foram proibidos de continuar morando em Jerusalém. Além disso, a polícia deve controlar com mais rigor a entrada de palestinos no país, sobretudo na fronteira entre Israel e Cisjordânia, onde morava o membro do Jihad Islâmico, autor do atentado.
O governo do primeiro-ministro em exercício, Ehud Olmert, não aprovou uma "vingança militar" ao atentado suicida, o que era esperado pela cúpula das Forças Armadas.
O embaixador de Israel na ONU, Dan Gillerman, disse em Nova York que o governo palestino do Hamas bem como a Síria e o Irã "estão lançando a semente para a primeira guerra mundial do século 21". Ele pediu à comunidade internacional e ao Conselho de Segurança medidas que ponham um fim à violência contra Israel.
O observador palestino na ONU, Rijad Mansur, condenou o atentado de segunda-feira. No entanto, ele acusou Israel de haver transgredido o direito internacional com seus ataques militares de 7 a 9 de abril, que causaram a mortes de 21 palestinos.