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Energia limpa

3 de julho de 2009

Tradição alemã em geração de energia eólica atrai delegação brasileira, que busca casos de sucesso para serem adaptados no Brasil.

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Dardesheim é uma das três menores cidades do estado de Saxônia-AnhaltFoto: picture alliance / dpa

Dardesheim é uma pequena cidade ao leste da Alemanha, com pouco mais de 900 habitantes. No entanto, uma característica a coloca numa posição de destaque: ela produz 40 vezes mais energia do que os moradores consomem. E de fontes 100% renováveis.

O projeto de transformar a região em exemplo de energia limpa começou em 1993, quando foi instalada a primeira turbina eólica na cidade. O parque de usinas do município atrai visitantes do mundo inteiro em busca de soluções em fontes não poluentes. O modelo de Dardesheim chamou a atenção também do Brasil: uma delegação do setor enérgico passou a semana na Alemanha em busca de orientações.

"Ficamos impressionados com o avanço na área de energia eólica. Viemos buscar respostas para problemas de instabilidade desse tipo de energia e a Alemanha tem muita tecnologia", ponderou Armando Silva Filho, da Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica.

Representantes do ONS, Operador Nacional do Sistema, e da EPE, Empresa de Pesquisa Energética do Ministério de Minas e Energia, também acompanharam a visita. "O que vimos em Dardesheim é o futuro da energia limpa. Gostaríamos de levar o exemplo para o Brasil, mas um projeto como esse só poderia ser implantando em longo prazo", avaliou Amilcar Guerreiro, diretor da EPE.

Para seguir a vocação de cidade modelo, Dardesheim vai receber do governo alemão 10 milhões de euros nos próximos anos para continuar investindo em energia renovável. "Achamos que esse é um excelente lugar para demonstrar que é possível investir e confiar nas energias renováveis, seja eólica, solar ou biomassa", disse Torsten. Schwab, membro da comissão alemã que trabalha em parceria com o Brasil.

Futuro eólico

As turbinas de energia eólica no Brasil ainda são raras. As primeiras foram instaladas no Nordeste e no Rio Grande do Sul há aproximadamente cinco anos. Na Alemanha, é comum avistar as hélices em movimento: são mais de 19 mil espalhadas por todo o território.

Mas a energia eólica pode ficar mais usual para os brasileiros. Em novembro, o Brasil realiza o primeiro leilão da história para fornecedores desse tipo de energia. A estratégia do governo é aumentar a segurança do sistema que fornece a eletricidade que chega às residências, às indústrias, nas ruas.

Ainda não sabe o quanto de energia as novas usinas eólicas vão jogar na rede de transmissão – a previsão é que elas comecem a operar em 2012. "Da Alemanha, estamos levando lições de como integrar a energia eólica à rede elétrica. Muito do que vimos aqui deve ser adotado nessa nova leva de usinas no Brasil", revelou Guerreiro.

Wasserkraftwerk Itaipu in Brasilien
Usina de Itaipu, em Foz do IguaçuFoto: picture-alliance /dpa

Energia de hoje

As usinas hidrelétricas são as maiores geradoras de eletricidade no Brasil: correspondem a 73,2% da produção nacional. Gás natural vem em segundo lugar, 5,9%. Eletricidade a partir de biomassa (4,5%), petróleo (3,1%) e nuclear (2,8%) também compõem a matriz brasileira. As turbinas de vento geram apenas 0,02% do total de eletricidade no Brasil, segundo informações do Ministério de Minas e Energia.

Na Alemanha, 14% da eletricidade produzida vêm de fontes renováveis – metade tem origem nas usinas eólicas, como mostram os dados da Associação Alemã de Energia Eólica (BWE).

Autora: Nádia Pontes

Revisão: Roselaine Wandscheer

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