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Exposição documenta 50 anos de juventude roquenrou

Mariana Ribeiro26 de junho de 2006

Até 15 de outubro, a exposição "Rock! Juventude e Música na Alemanha" está em cartaz na Haus der Geschichte, em Bonn. Aberta há um mês, ela desperta o interesse de jovens curiosos e idosos nostálgicos.

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A Casa da História dedica espaço ao rock

A exposição Rock! Jugend und Musik in Deutschland foi aberta no dia 25 de maio, na Haus der Geschichte de Bonn, em cooperação com a Central Federal para Formação Política. A documentação sobre os 50 anos do estilo musical que chegou à Alemanha no rebolado e no topete de Elvis Presley mostra como o rock'n'roll não mudou só vida da juventude nas pistas de dança, mas também o comportamento, a moda, o cinema, a literatura dos adolescentes do Leste e Oeste da Alemanha.

Música que precisa transpassar o muro político

Desde que chegou ao território germânico, há mais de 50 anos, o rock'n'roll conquistou uma legião de fãs que se renderam à batida transatlântica e viram no novo estilo mais do que música, um discurso ideológico que falava ao mesmo tempo de sonhos e desejos, de revoltas e mudanças.

Fans auf einem Konzert in der DDR
Rock chegou à Alemanha nos anos 50Foto: Haus der Geschichte/Bonn

A cortina de ferro política que separava o país em "ocidental" e "oriental" fez com que a juventude alemã não experimentasse a nova onda de uma forma homogênea. Na República Democrática Alemã (RDA), o rock era visto como um "ocidentalismo" a ser evitado, uma ameaça à integridade do sistema socioeconômico vigente. O Partido Socialista Unitário (SED) sentia-se provocado com a importação do estilo e temia a desmoralização do sistema por meio da nova música.

O disparate político-geográfico do rock na Alemanha é retratado na exposição com mídias audiovisuais que documentam a produção na RDA e na RFA. Pelos corredores, ouve-se a voz grave de Elvis Presley e pode-se dançar à melodia de Lipsi que sai da jukebox – alternativa fracassada que o SED impôs ao som ocidental. Os passos de dança que eram febre na época estão discriminados no chão, fazendo com que mesmo os mais jovens conseguiam reproduzir o remelexo da época de seus pais e avós.

A influência do rock'n'roll na história da música alemã

Plakat zum Woodstock-Festival 1967
Cartaz do Festival de Woodstock, em 1967Foto: Haus der Geschichte/Bonn

Dos anos 60, vêem-se instrumentos musicais autografados pelos Beatles, discos dos Rolling Stones, assim como relíquias do movimento hippie e da beatmusik, também reprimida no lado oriental. É também neste momento que as bandas de rock alemãs abandonam o inglês para escrever canções em sua própria língua.

O primeiro concerto de Marius Müller-Westernhagen, a bateria de Udo Lindenberg e as roupas dos shows de Nina Hagen dão uma amostra da proporção que o rock tomou no país, nos anos 70. Uma sala especial lembra o popular programa de tevê Rockpalast, da TV WDR, e dá ao visitante a oportunidade de escutar trechos com som original da época.

Nena -Der Star der neuen deutschen Welle – 1984
Nena: a cantora alemã mais famosa mundialmenteFoto: Haus der Geschichte/Bonn

A pluralidade do desenvolvimento da música nos anos 80 pode ser vista nos exemplos do punk e do hip hop. Uma sala reconstitui o que seria o quarto de um jovem da época, com uma mesa de totó, um sofá, guitarra no chão, pôsteres nas paredes e livros por todo canto.

Skateboard e grafite, a Love Parade de Berlim e os videoclips documentam o panorama musical e comportamental da juventude dos dias de hoje. No final da exposição, o visitante encontra uma "parede da fama", que reúne peças dos ídolos do rock mundial: uma guitarra de Brian Jones, uma gaita de Bob Dylan e uma camisa de Jim Morrison.

Rock! Juventude e Música na Alemanha pode ser vista até 15 de outubro.