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FHC anuncia apoio a Lula no segundo turno

5 de outubro de 2022

Ex-presidente tucano afirma que vota "por uma história de luta pela democracia e inclusão social". PSDB liberou filiados a optarem por apoio a Lula ou Bolsonaro.

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Luiz Ináacio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso
FHC e Lula após eleição do petista 2002Foto: picture-alliance/dpa

O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso declarou nesta quarta-feira (05/10) apoio ao petista Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleição ao Planalto contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O anúncio foi feito com uma mensagem curta no Twitter, acompanhada de duas fotos dos dois ex-presidentes juntos, uma em preto e branco, com ambos bem mais jovens, e outra colorida, mais recente.

"Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva", escreveu Fernando Henrique.

Logo em seguida, Lula respondeu a mensagem em um comentário no tweet:

"Obrigado pelo apoio, @FHC. Vamos juntos pela democracia. Um grande abraço!"

Adversários históricos, FHC e Lula se enfrentaram duas vezes na corrida presidencial, em 1994 e 1998, ambas com vitória do tucano.

No primeiro turno deste ano, Fernando Henrique havia pedido um voto "pela democracia", mas não havia citado nomes. 

Apoio de outros nomes do PSDB

O apoio de FHC a Lula contrasta com o posicionamento de outro nome do PSDB: o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que tentou a reeleição e ficou em terceiro lugar no pleito de domingo com 18,4% dos votos, disse que apoiará Bolsonaro. Na terça-feira, o partido liberou os diretórios estaduais para fazerem suas escolhas entre os dois candidatos restantes na corrida ao Planalto.

Por outro lado, FHC segue a mesma linha de importantes nomes do partido: o senador e ex-presidente da sigla Tasso Jereissati, o ex-ministro da Justiça de FHC Aloísio Nunes e o ex-ministro da Saúde e senador José Serra declararam apoio a Lula.

No primeiro turno, pela primeira vez em vários anos, o PSDB não teve uma candidatura própria à Presidência e fez parte da chapa de Simone Tebet (MDB), com a senadora tucana Mara Gabrilli como vice. Gabrilli disse que no segundo turno votará em branco.

Tebet, por sua vez, almoçou com Lula nesta quarta-feira e também anunciou seu apoio ao petista nesta quarta, uma vez que o MDB também liberou seus correligionários a apoiarem o candidato que preferissem.

Na terça-feira, o candidato pedetista derrotado em primeiro turno, Ciro Gomes, e o PDT anunciaram apoio a Lula. O PDT afirmou que o petista é a alternativa mais próxima do partido. Já Ciro disse, em vídeo, que é a "única saída".

Lula e FHC se abraçam
FHC abraça Lula após a morte da então esposa do petista, Marisa Letícia, em 2017Foto: Facebook/Ricardo Stuckert

PSDB enfraquecido

Outrora um dos maiores partidos políticos do Brasil, o PSDB saiu do pleito de domingo ainda menor, acentuando o processo de decadência da legenda que começou a ser explicitado em 2018.

Ao eleger apenas 13 deputados para a Câmara, o PSDB caiu para zona do Congresso que concentra siglas de nicho, como o PSOL, ou Podemos, e que fica pouco acima da linha dos nanicos – as legendas com menos de 11 deputados que não têm mais direito a receber recursos públicos e tempo de TV.

A situação só não é pior porque o partido formou uma federação com o Cidadania, o que vai garantir uma bancada de 18 deputados.

A votação total dos candidatos tucanos à Câmara Federal foi de apenas 3,2 milhões – contra 11 milhões em 2014.

O partido também não conseguiu eleger senadores no último domingo, e vai ver sua bancada na Casa cair de seis para quatro membros. Em contraste com seus tempos mais exitosos, o partido ainda fracassou em eleger governadores no primeiro turno.

Ainda tem quatro candidatos em disputas de segundo turno pelos governos do Rio Grande do Sul, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, mas todos passaram para a nova rodada em desvantagem, atrás de nomes do bolsonarismo ou da esquerda.

le/lf (ots)