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G-8 debate perdão da dívida externa

(ms)5 de julho de 2005

O perdão das dívidas externas dos países mais pobres do mundo e as mudanças climáticas são os principais assuntos do encontro de cúpula do G-8, na Escócia.

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Gleneagles, cidade na Escócia onde acontece o encontro de cúpulaFoto: dpa - Bildarchiv

Os chefes de Estado e governo do G-8, grupo formado pelas sete nações mais ricas do mundo e a Rússia, reúnem-se nesta quarta e quinta-feira (06 e 07/07), em Gleneagles, Escócia, para um encontro de cúpula. Os principais assuntos a serem tratados são o perdão das dívidas externas dos países mais pobres do mundo e as mudanças climáticas. Por desempenhar um papel de destaque na economia mundial, a China, representada pelo seu presidente, Hu Jintao, participa pela primeira vez da reunião.

Como anfitrião, Tony Blair pretende incrementar a luta contra a miséria na África, insistindo na implementação de uma espécie de plano Marshall, que prevê não só o amplo perdão de dívidas externas, mas também a duplicação da ajuda ao desenvolvimento.

Em junho, os ministros das Finanças do G-8 (Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá, Japão, Estados Unidos e Rússia) aprovaram o perdão das dívidas externas dos 40 países mais pobres do mundo, no montante de 55 bilhões de dólares (mais de 40 bilhões de euros).

As nações industrializadas ficarão encarregadas de compensar as perdas dos bancos Mundial e do Desenvolvimento Africano. Tal compensação havia sido uma exigência da França e da Alemanha com o intuito de evitar o enfraquecimento das instituições credoras.

Perdão sim, mais dinheiro não

O segundo passo rumo ao combate à pobreza, segundo Blair, seria uma duplicação imediata da verba destinada à ajuda ao desenvolvimento no valor anual de 50 bilhões de dólares. Neste formato, a proposta não conta com o apoio americano.

Até o governo alemão avalia com certo ceticismo tal plano, embora concorde plenamento com a continuidade do perdão da dívida externa, conforme acentuou a ministra da Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul, lembrando do primeiro processo neste sentido, iniciado há seis anos, em Colônia.

"O perdão da dívida externa concedido até agora contribuiu para que os países em desenvolvimento pudessem investir em gastos com educação infantil e na luta contra doenças como a Aids. Nos últimos seis anos, a verba disponível aumentou de 5,8 bilhões de dólares para 9,1 bilhões de dólares."

Clima, um assunto polêmico

A questão das mudanças climáticas, outro tema central do encontro, deve esbarrar na resistência americana em não aceitar a co-relação entre aquecimento global e poluição ambiental. Blair dificilmente conseguirá convencer Bush a assinar o documento que visa a preservação do clima.

O documento que estipula metas viáveis de proteção climática foi elaborado por um grupo de empresas de diversas partes do mundo, incluindo Brasil, África do Sul e Índia, a pedido do primeiro-ministro britânico.

Propostas alemãs

Tendo em vista o peso destes dois principais temas, os demais assuntos, como a situação da economia mundial, não devem ocupar muito espaço na pauta de discussões. Mesmo assim, o chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, tentará novamente abordar a questão do aumento recorde do preço do petróleo.

Seu objetivo é acabar com a especulação exagerada do setor, através de uma iniciativa do G-8 por mais transparência no mercado de petróleo. "O exagero", afirmou Schröder, "acarreta enormes riscos para as economias dos países consumidores e do Terceiro Mundo."

Além disso, o chanceler federal alemão quer padronizar os negócios com os fundos de alto risco, os chamados Hedge Funds, altamente especulativos. "Queremos mercados financeiros estáveis e, para isso, precisamos de um controle eficaz e de uma transparência maior do mercado de Hedge Funds."