Governadora demanda remoção de bandeira confederada
23 de junho de 2015"É hora de retirar a bandeira do capitólio", disse a governadora do estado da Carolina do Sul, Nikki Haley, nesta segunda-feira (22/06), citando o estandarte formado por uma cruz azul com estrelas brancas contra um fundo vermelho, que remonta ao tempo da escravidão e foi usado pelos estados do sul separatista durante a Guerra Civil dos Estados Unidos de 1861 a 1865.
"Minha esperança é que através da remoção de um símbolo que nos divide, podemos avançar como um estado em harmonia e honrar as nove almas abençoadas que agora estão no céu", disse Haley.
A demanda da governadora republicana veio menos de uma semana após o massacre que matou seis mulheres e três homens na Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, em Charleston, que ocorreu na última quinta-feira.
Num site descoberto no sábado, que foi aparentemente criado pelo acusado do tiroteio Dylann Roof, inclui um manifesto enaltecendo a supremacia branca e fotografias do jovem de 21 anos segurando a bandeira da armada confederada – a mesma ainda exposta no capitólio da Carolina do Sul – e uma arma.
"Símbolo de ódio"
Em apoio à governadora, o prefeito democrata de Charleston, Joseph Riley, disse que "chegou a hora de a bandeira de batalha da Confederação ser removida de um posto público em frente ao capitólio para um lugar de História – o museu do estado, o museu militar e de relíquias da Confederação".
"Muitos anos atrás, a bandeira da armada confederada foi apropriada como um símbolo de ódio", disse Riley, argumentando que ela foi usada pelo Ku Klux Klan e outros opositores à "igualdade entre as raças".
Patrimônio e honra
No fim de semana, milhares de manifestantes se reuniram em frente ao edifício legislativo da Carolina do Sul na capital do estado, Columbia, exigindo a retirada da bandeira.
Além disso, uma petição no site liberal MoveOn.org também está exigindo a remoção de "todas as bandeiras confederadas de lugares governamentais" obteve mais de meio milhão de assinaturas desde o tiroteio.
Apesar das ligações com a escravidão e o ódio racial, há quem repreende os protestos e a demanda da governadora, descrevendo a bandeira como um símbolo do patrimônio e uma forma de honrar os sacrifícios de seus antepassados na guerra de quatro anos.
A governadora, em seu discurso, reconheceu ambos os pontos de vista sobre a bandeira, mas sublinhou que chegou o momento em seguir adiante. "Essa bandeira, enquanto parte integrante de nosso passado, não representa o futuro de nosso grande estado", disse.
PV/rtr/dpa/afp