Governo francês avalia declarar estado de emergência
2 de dezembro de 2018O presidente da França, Emmanuel Macron, visitou neste domingo (02/12) o Arco do Triunfo, um dos símbolos da República Francesa e que no sábado fora alvo de pichação e destruição durante os protestos dos "coletes amarelos".
O chefe de Estado, acompanhado do ministro do Interior, Christophe Castaner, prestou homenagem ao túmulo do soldado desconhecido, que representa todos os franceses mortos na Primeira Guerra Mundial e sobre o qual foram deixadas latas de cerveja e outros objetos.
Macron voltou imediatamente à França, após participar da Cúpula do G20 em Buenos Aires, por causa da violência durante a manifestação contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis. Ele se reuniu neste domingo com os integrantes do governo para avaliar a situação, no Palácio do Eliseu. O primeiro-ministro Edouard Philippe cancelou sua viagem à Polônia, onde participaria da conferência do clima em Katovice.
O governo da França não descarta decretar o estado de emergência depois dos eventos violentos ocorridos em Paris, afirmaram Castaner e o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux. "É preciso pensar em todas as medidas que podem ser tomadas para evitar que estas manifestações gravíssimas de violência se reproduzam nas ruas" da capital, respondeu Griveaux ao ser perguntado pela emissora Europe 1 sobre a possível instauração do estado de emergência.
O Ministério do Interior francês atualizou neste domingo os números de detidos e feridos durante toda a jornada de manifestações dos "coletes amarelos". Ao todo ocorreram 412 detenções em nível nacional e 263 pessoas resultaram feridas, das quais ao menos 23 eram membros das forças de segurança.
Segundo a Europe 1, sindicatos de policiais solicitaram ao governo que aplique a medida de exceção para evitar que as cenas de violência ocorridas em Paris, mas também em menor escala em cidades como Nantes, Toulouse e Marselha, se repitam na semana que vem, quando os "coletes amarelos" preveem fazer nova manifestação.
O movimento dos "coletes amarelos" surgiu há aproximadamente um mês de forma espontânea, sem filiação a nenhum grupo político, e se organizou através das redes sociais para protestar contra um novo aumento dos impostos sobre os combustíveis, que o governo passará a aplicar em janeiro. As reivindicações, no entanto, se ampliaram posteriormente, e passaram a incluir o aumento do salário mínimo e também a renúncia de Macron.
AS/efe/afp
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