México oferece 110 mil dólares por pistas de estudantes
21 de outubro de 2014As autoridades federais mexicanas publicaram nesta segunda-feira (20/10) um anúncio de página dupla nos grandes jornais, com as fotos dos 43 jovens sumidos há quase quatro semanas, fixando uma recompensa de até 1,5 milhão de pesos mexicanos (cerca de 110 mil dólares) por dados que levem ao paradeiro deles.
Além disso, foi oferecida uma quantia semelhante a quem fornecer informações que levem à "identificação, localização, detenção ou apreensão" dos possíveis responsáveis pelo sumiço. Segundo o presidente Enrique Peña Neto, o desaparecimento dos estudantes no sul do México, que envolveu policiais e criminosos, tem "turvado" os esforços do país em segurança.
O procurador-geral da República, Jesús Murillo Karam, informara na última quinta-feira que seriam oferecidas pelas informações "quantias bastante sérias, para realmente promover a denúncia", mas não mencionara cifras concretas.
O sumiço ocorreu em 26 de setembro, quando estudantes da escola rural para professores de Ayotzinapa, no estado de Guerrero, que teriam sequestrado três ônibus para protestarem, foram atacados a balas por policiais da cidade vizinha de Iguala. Houve seis mortos, 25 feridos e vários detidos, cujo paradeiro é desconhecido. Segundo integrantes do grupo criminoso Guerreros Unidos, os policiais os teriam entregado a um grupo do cartel dos Beltrán Leyva, de narcotráfico e crime organizado.
Medidas do país
Familiares dos jovens desaparecidos realizaram nesta segunda-feira em Acapulco, Guerrero, uma "reunião informativa" com o procurador-geral e outras autoridades, para discutir o progresso das investigações, informou o governo. Durante mais de duas horas, os pais dos estudantes levantaram suas inquietações e fizeram questionamentos", dizia um comunicado da Secretaria de Governo.
No domingo, a Procuradoria-Geral da República afirmou que forças federais foram enviadas a 12 municípios do estado de Guerrero e a uma cidade do Estado do México para assumir a segurança no lugar da polícia local. O governo mexicano está sofrendo fortes pressões nacionais e de organismos internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), para que o caso seja esclarecido.
Dois dos detidos, que disseram ter participado do assassinato de 17 dos jovens, tinham levado as autoridades a valas clandestinas com 28 corpos e restos humanos. Entretanto, estudos de DNA mostraram que nenhum dos desaparecidos de Ayotzinapa está entre os mortos. Os estudantes foram rastreados sem sucesso com helicópteros, aviões, patrulhas, cavalos e ônibus em áreas urbanas, colinas, vales e rios.
NM/dpa/rtr