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Guggenheim expõe peças de artistas contemporâneos no Kunstmuseum Bonn

Cristine Harjes (mr)26 de julho de 2006

A coleção da Fundação Guggenheim em exposição em Bonn não se resume às obras de artistas renomados do século 20. A arte contemporânea tem espaço no trabalho de nove artistas.

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Obra de Rachel Whiteread, Sem Título (Porão), 2001Foto: Solomon R. Guggenheim Foundation New York

O canadense nascido em 1974 David Altmejd é o mais novo dos nove artistas contemporâneos que apresentam suas obras no contexto da exposição The Guggenheim Collection, no Kunstmuseum Bonn, vizinho ao pavilhão. Altmejd usa ossos e pedaços de vidro para suas composições mórbidas. Suas instalações são a um tempo desajeitadas e elegantes. As esculturas de cabeças de lobisomem que ficaram em exposição no Central Park, em virtude da Whitney Biennal, em 2004, são exemplos de inovações da arte contemporênea.

Matthew Barney, US-amerikanischer Künstler
Matthew BarneyFoto: picture-alliance/dpa

Matthew Barney é norte-americano e mudou radicalmente a linguagem das instalações: vídeos se misturam a performances e a esculturas. Entusiasta do futebol, suas obras fazem freqüentemente menção ao tema esporte, assim como à fronteira entre o físico e o sexual. Seu trabalho mais conhecido é a série cinematográfica The Cremaster Cycle, cuja primeira parte de cinco foi filmada em 1994. A antologia, que foi batizada com o nome do músculo que comanda o movimento dos testículos, levou oito anos para ficar pronta e trata de auto-repressão, metamorfose e reprodução. Segundo a revista Art, a série "mistura mitos antigos com curiosidades da medicina, performances atléticas e obsessões sexuais". Matthew Barney é visto na cena artística internacional como uma estrela em ascensão. Barney tem 41 anos e vive com a cantora islandesa Björk. Ele mora e trabalha em Nova York.

Anna Gaskell: Wonder 1
Anna Gaskell: 'Wonder 1'Foto: Kunstmuseum Bonn

Anna Gaskell nasceu em 1969, em Iowa. Em fotografias de grandes dimensões, ela cria uma atmosfera de premonições sombrias. Gaskell usa freqüentemente meninas precoces como motivos, relacionando-as a brincadeiras, literatura e psicologia. Suas "fotografias narrativas" são cuidadosamente planejadas e encenadas. Suas obras, que também contam com instalações de vídeo, mostram o mundo de um ponto de vista vivo e onírico. Assim como Matthew Barney, Anna Gaskell mora e trabalha em Nova York.

Künstler Douglas Gordon vor seiner "Namensliste"
Douglas Gordon, na frente de sua 'List of Names'Foto: picture-alliance / dpa

Nascido na Escócia, Douglas Gordon ficou conhecido por sua frase "O cinema morreu". O artista se utiliza de quadros, mitos e projeções cinematográficas em suas obras, lançando mão, em suas instalações, de filmes em câmera lenta, passados de trás para frente, com outra decupagem. Nas mãos de Gordon, filmes conhecidos pelo público passam a ser completamente estranhos. Um de seus trabalhos mais conhecidos, o 24 Hour Psycho (1993), mostra o filme de Hitchcock Psicose em uma velocidade tão baixa que demora um dia inteiro para chegar ao fim. Em paralelo com as instalações de vídeo, Gordon trabalha com fotografia. Em uma de suas obras, o artista montou uma lista com o nome de todas as pessoas que conheceu na vida e das quais se lembra. Uma versão da List of Names (1990) pode ser vista na Scottish National Gallery of Modern Art.

Ronni Horn: PI
Roni Horn: 'PI'Foto: Kunstmuseum Bonn

A nova-iorquina Roni Horn nasceu em 1955. Realizou sua primeira exposição solo aos 25 anos, em Munique. Antes de trabalhar como fotógrafa, desenhava; depois começou a atuar como escultura e escritora. Na década de 1990, Horn começou sua série de livros de arte com o título To Place. Nos livros, Roni Horn trata de seu tema favorito: a Islândia. Algumas de suas fotografias podem ser vistas tanto em seus livros quanto em suas instalações. Também nos anos 90, a artista produziu uma série de esculturas, nas quais utilizou citações de Emily Dickinson e Wallace Stevens, entre outros.

Guggenheim-Ausstellung in Bonn
Iñigo Manglano-Ovalle: 'Climate', 2000Foto: Solomon R. Guggenheim Foundation New York

Iñigo Manglano-Ovalle nasceu em 1961, na Espanha, mas cresceu em Bogotá e Chicago, onde mora até hoje. Manglano-Ovalle trabalhou com temas sociais em suas primeiras obras, especialmente com questões de migração e étnicas. Nos últimos dez anos, o artista passou a se dedicar a obras mais plurais, dedicando-se à arte pública inspirada no ativismo artístico. Produziu esculturas, filmes e fotografias, com temas de história, identidade e estética, com grande influência na arte urbana contemporânea.

Matthew Ritchie: The-Hierarchy-Por
Matthew Ritchie: 'The Hierarchy Por'Foto: Kunstmuseum Bonn

Matthew Ritchie vive e trabalha em Nova York, mas nasceu em Londres, em 1964. Suas obras mostram o universo como um todo, assim como estruturas do saber e das crenças. Seu projeto enciclopédico reúne cultura judaico-cristã, práticas ocultas, tradições religiosas e princípios científicos. Ritchie vê a produção artística em analogia ao surgimento do universo. Em meados dos anos 90, Ritchie criou um código, com 49 diferentes cores, caracteres, elementos naturais e atributos. Esses componentes, combináveis de infinitas maneiras, são utilizados por Ritchie em suas diversas instalações. Apesar de receber freqüentemente o título de "pintor", o artista também trabalha com papel, gravuras, esculturas, páginas de internet e pequenas histórias, que dão a suas obras uma estrutura narrativa. Mas o ponto central continuam sendo os desenhos. Ritchie escaneia seus traços e usa o computador para trabalhá-los.

Kara Walker: 2000.68
Kara Walker: '2000.68'

A artista afro-americana Kara Walker nasceu em 1969, na Califórnia. Walker dedica-se a um tema central: a história dos conflitos raciais nos Estados Unidos. Para isso, utiliza-se de uma linguagem bastante pessoal: com recortes, gravuras e projeções para representar estereótipos racistas e sexistas. A artista mostra silhuetas em tamanho real que contam a história da escravidão e do racismo, onde ficam explicitados preconceitos típicos. Dessa forma, simplifica personalidades complexas e individuais, tornando-as figuras caricaturais, fáceis de digerir. Walker conduz, através da linguagem visual, o observador ao tempo da Guerra de Secessão, nos EUA. Suas obras referem-se também aos shows de minstrel, em que brancos pintavam suas faces de preto e parodiavam a vida dos afro-americanos.

Rachel Whiteread
Rachel WhitereadFoto: picture-alliance/dpa
A inglesa Rachel Whiteread tem 43 anos, vive e trabalha em Londres e é famosa por sua mistura de esculturas, instalações, desenhos e mídia. No início dos anos 90, ficou conhecida como parte do grupo Young British Artists. Suas obras trabalham a relação entre espaço e objeto. Com gesso, cera, borracha e poliéster, ela produz o negativo do objeto, de forma a tornar reconhecível seu interior. Em 1993, em um subúrbio de Londres, a artista reproduziu em cimento os contornos da última casa ainda existente. Depois que a casa foi demolida, a obra tornou-se alvo de muita polêmica. A artista descreve o trabalho como um "gesto político".