Inflação na Alemanha atinge 10,4% em outubro
28 de outubro de 2022O Departamento Federal Alemão de Estatísticas (Destatis) registrou nesta sexta-feira (28/10) a maior inflação em mais de sete décadas: a alta dos preços para o consumidor em outubro chegou a 10,4% eme relação ao mesmo mês de 2021, segundo dados preliminares.
Já em setembro, a taxa fora de 10%, alcançando dois dígitos pela primeira vez desde dezembro de 1951, quando ficou em 10,5%.
Como nos meses anteriores, a atual alta se deve em especial aos preços da energia, que saltaram 43% no prazo de 12 meses, enquanto os alimentos encareceram 20,3%.
Recessão é inevitável, segundo especialistas
Em contrapartida, o Destatis anunciou cifras preliminares melhores do que o esperado para a economia nacional no terceiro trimestre. Impulsionado pelo consumo privado, o crescimento em relação ao trimestre anterior foi de 0,3%. Analistas haviam previsto uma retração de 0,2%.
No trimestre anterior, o crescimento foi de 0,1%, e nos primeiros três meses do ano, de 0,8%.
"A economia alemã conseguiu defender seu terreno, apesar das difíceis condições básicas da economia global, com a continuação da pandemia de covid-19, interrupções de cadeias de abastecimento, alta dos preços e a guerra na Ucrânia", comentou o departamento.
Falando à agência de notícias AFP, contudo, o economista Carsten Brzeski, do grupo ING abafou qualquer otimismo exagerado: "Os dados positivos de crescimento de hoje são uma surpresa bem-vinda. No entanto, não quer dizer que a economia alemã será capaz de evitar uma recessão. A recessão só foi adiada, não cancelada."
No começo de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) predisse, em seu relatório semestral World Economic Outlook, que as principais economias europeias, entre as quais a Alemanha é a maior, resvalariam para uma "recessão técnica" em 2023.
O Ministério da Economia em Berlim igualmente prevê uma queda de 0,4% do PIB no próximo ano, após um crescimento estimado de 1,4% em 2022.
av/lf (AFP, DPA, ots)