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Instituto alemão é importante aliado da OMS

(rw)3 de dezembro de 2004

Organização Mundial da Saúde adverte para pandemia de gripe, que poderia matar milhões de pessoas em semanas. "Temos de nos preparar", adverte epidemiologista. Instituto Robert Koch estuda infecções há mais de cem anos.

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É preciso fomentar vacinas, reivindica especialistaFoto: AP

A causa mais provável de uma pandemia de gripe no planeta seria a contaminação humana com uma mutação do vírus da gripe aviária, explica o chefe do Programa de Combate à Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS), Klaus Stöhr. Ele adverte, no entanto, para a falta generalizada de imunização: "Só vemos progressos nos países que fomentam o desenvolvimento das vacinas".

A última grande pandemia de gripe, entre 1968 e 1969, causou a morte de um milhão de pessoas. "Não sabemos como seria o novo vírus, mas mesmo assim temos de nos preparar", adverte Katrin Leitmeyer, epidemiologista do Instituto Robert Koch, de Berlim.

Teste para diagnosticar a Sars

Em nível científico, discute-se sobre uma possível mutação do vírus da gripe aviária que poderia atacar seres humanos. O Instituto Robert Koch, de Berlim, já elaborou diversos estudos sobre a propagação de infecções como a Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars) junto a equipes médicas alemãs que tiveram contato com a epizootia ou familiares de pessoas que viajam com freqüência de avião.

Os resultados são repassados à OMS, que trabalha em contato direto com uma rede de 20 laboratórios em todo o mundo, sendo cinco na Europa. As sugestões anuais da OMS para uma imunização contra gripe no Hemisfério Norte, por exemplo, são dadas pelos cientistas em Berlim.

Já em abril de 2003 os pesquisadores do Robert Koch haviam contribuído para a padronização de testes para o diagnóstico da Sars. Mais tarde, desenvolveram um exame para diagnosticar a doença por meio de uma imunofluorescência que determina a presença e a concentração exata de uma imunoglobulina específica no sangue.

Infecções são rotina no Robert Koch

BdT Robert Koch in seinem Labor
Robert Koch, patrono do institutoFoto: Robert-Koch Stiftung

Doenças infecciosas continuam sendo a principal causa de mortes no mundo. A Aids, por exemplo, matou cerca de três milhões de pessoas no ano passado. Também doenças consideradas praticamente erradicadas ganham força, como a tuberculose e a paralisia infantil, esta com 14 casos registrados na Alemanha.

Calcula-se que haja cerca de cinco mil tipos diferentes de vírus no planeta, sendo que apenas uma pequena parte deles já foi estudada. Criado em 1891, o Instituto Robert Koch assegurou renome internacional com suas pesquisas. Hoje em dia, não só é considerado a autoridade na área de biomedicina na Alemanha, como também é um dos mais importantes centros de pesquisas de doenças infecciosas em todo o mundo.

Entre cerca de 800 funcionários, mais de 300 são cientistas, ou seja, médicos, microbiologistas ou epidemiologistas. Cerca de oito a dez vezes ao ano, eles são chamados aos mais diversos locais na Alemanha para identificar e, se for o caso, prevenir a propagação de infecções. Trata-se de uma medida preventiva seguida à risca, já que o país dispõe de uma lista de doenças infecciosas − em geral muito bem pesquisadas − cujos casos sempre devem ser notificados ao Instituto. Este sistema de informação e catalogação é considerado modelo no mundo.

Nos últimos anos, no entanto, a medicina mundial vem se preocupando também cada vez mais com doenças não-infecciosas, como o câncer e as alergias. São temas que começam a receber mais atenção do Robert Koch, da mesma forma como as conseqüências da alimentação incorreta ou as relações entre status social e problemas psicológicos.