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Israel acusa jovem palestina de agressão contra soldado

2 de janeiro de 2018

Ahed Tamimi, filmada dando tapas num soldado israelense há cerca de um mês, é indiciada em 12 crimes por tribunal militar. Adolescente de 16 anos é vista na Cisjordânia como um ícone de resistência à ocupação israelense.

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A jovem de 16 anos é popular na região e, nos últimos anos, foi vista em atos violentos contra militares israelensesFoto: Reuters/A. Awad

Israel emitiu várias acusações contra a proeminente jovem palestina Ahed Tamimi, de 16 anos, que há cerca de um mês foi filmada ao lado da mãe e de uma prima dando tapas num soldado israelense na região de Nabi Saleh, na Cisjordânia. Com um histórico de várias agressões contra militares israelenses, Tamimi é vista na Cisjordânia como ícone de resistência à ocupação de Israel.

Um tribunal militar israelense localizado na Cisjordânia prorrogou a custódia policial de Tamimi por mais uma semana, comunicou o advogado da jovem na segunda-feira (1º/01). Tamimi é acusada de 12 crimes, entre eles agressão grave, dificultar o cumprimento dos deveres militares, incitação e lançamento de pedras.

A jovem de 16 anos foi detida em 19 de dezembro, juntamente com uma prima quatro anos mais velha em seu vilarejo natal, Nabi Saleh, perto de Ramallah. Num vídeo que rapidamente viralizou nas redes sociais, Tamimi e sua prima são vistas em confrontação com soldados israelenses.

Tamimi chutou e desferiu tapas em um dos soldados, além de dar um soco no rosto. Os dois soldados fortemente armados permaneceram passivos diante do ataque e se retiraram quando a mãe de Tamimi interveio.

Durante o protesto, cerca de 200 pessoas enfrentaram os soldados e lançaram pedras de dentro de uma casa dos Tamimi, com "consentimento da família", segundo um porta-voz militar. Depois de as tropas expulsarem os manifestantes, alguns homens ficaram na porta da casa, o que provocou o incidente gravado em vídeo. De acordo com a promotoria, os soldados estavam no local para evitar que os palestinos jogassem pedras contra motoristas israelenses. 

Segundo o jornal israelense The Times of Israel, as acusações não têm relação apenas com este último episódio da jovem palestina com os soldados israelenses na Cisjordânia. Ela teria se envolvido em outras cinco confusões similares – também gravadas em vídeo.

A mãe da adolescente, Nariman, foi acusada de envolvimento em dois dos ataques, além de incitação por ter divulgado ao vivo pelo Facebook as imagens da provocação contra os dois soldados que estavam em frente à casa da família. A prima, Nur, foi acusada de ferimentos graves e por dificultar o trabalho de militares. O procurador-geral militar pediu que mãe e filha permaneçam presas até a conclusão dos processos contra elas.

O incidente desencadeou uma controvérsia. Em Israel, os soldados foram elogiados por sua reação passiva e Tamimi foi criticada como provocadora. Na mídia árabe, a jovem palestina com longos cabelos loiros cacheados e olhos azuis foi celebrada como uma heroína e um símbolo de resistência.

Os Tamimi são uma conhecida família de ativistas de Nabi Saleh, onde há anos organizam manifestações contra a ocupação de Israel. A jovem de 16 anos é popular na região. Nos últimos anos, a adolescente foi vista cometendo diversos atos violentos contra militares israelenses.

PV/efe/afp/dpa

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