Itália é próxima parada da ofensiva europeia de Tsipras
3 de fevereiro de 2015O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, é esperado nesta terça-feira (03/02) em Roma, onde vai se reunir com o primeiro-ministro Matteo Renzi. O encontro faz parte da ofensiva do chefe de governo grego, que busca apoio para suas propostas contra a austeridade econômica.
Paralelamente ao encontro de Renzi e Tsipras, marcado para as 17h (horário local), o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, reúne-se com o seu colega italiano, Pier Carlo Padoan.
Esse giro pela Europa é de grande importância para os gregos porque no próximo dia 28 de fevereiro chegam ao fim os dois meses de prolongamento do plano de resgate acordado entre a troica e o governo anterior da Grécia. Uma nova extensão, então, terá que ser negociada.
Tsipras busca apoio para a renegociação do pacote de ajuda de 240 bilhões de euros, concedidos pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Mesmo depois da reestruturação, em 2012, a Grécia ainda tem uma dívida de mais de 315 bilhões de euros.
Renzi conta entre os líderes que mostram simpatia pelas ideias de Tsipras. Nesta segunda, ele reiterou que a União Europeia deve abandonar a austeridade. "É crucial enviar uma mensagem: queremos mudar o debate sobre política econômica, saindo da austeridade e rigor e rumo ao crescimento e investimento", declarou Renzi à emissora RTL Radio. "Temos de mudar a política econômica num nível europeu, não só para a Grécia ou qualquer outro país."
Paris e Bruxelas na agenda
Depois de visitar Renzi, Tsipras viaja para Paris, onde tem previsto para esta quarta-feira um encontro com o presidente François Hollande. Nesse mesmo dia estará também com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas.
Na segunda-feira, Tsipras esteve em Nicósia, no Chipre, na primeira parada de sua ofensiva diplomática pela Europa. Ele se reuniu com o presidente Nikos Anastasiadis. O líder grego voltou a pedir a dissolução da chamada troica – o grupo de credores formado por Comissão Europeia, FMI e Banco Central Europeu –, mas deixou claro que seu governo buscará negociar com os parceiros europeus e descartou pedir ajuda à Rússia.
Tsipras também alertou sobre as consequências de uma eventual saída do Chipre ou da Grécia da zona do euro. "A UE e a zona do euro ficariam ambas desmembradas no sudeste sem Grécia e Chipre", disse Tsipras.
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