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'documenta' 12

Carlos Albuquerque14 de abril de 2007

Durante cem dias a cada cinco anos, Kassel se transforma de metrópole regional a metrópole mundial da arte. Quem visitar a "documenta" deste ano conhecerá ainda melhor a cidade.

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Maior parte da 'documenta' acontecerá em frente à OrangerieFoto: picture-alliance/ dpa

Além do público local, cerca de 735 mil turistas da arte são esperados para os cem dias da documenta 12, que abre suas portas em 16 de junho de 2007. Neste ano, a documenta se espalhará ainda mais pela cidade do estado alemão de Hessen.

A estação ferroviária Kassel-Wilhelmshöhe para trens de longa distância é o principal ponto de chegada da cidade. Para chegar à estação ferroviária principal, denominada Kulturbahnhof (estação ferroviária cultural), no centro da cidade, os admiradores da arte deverão fazer uma baldeação.

Estação cultural

Kassel documenta Kulturbahnhof mit Himmelsstürmer
'Andando para o céu'Foto: picture-alliance/dpa

Em frente à Kulturbahnhof, também conhecida como KuBa, o visitante não deve deixar de reparar na escultura Andando para o céu, que o escultor norte-americano Jonathan Borofsky fez para a documenta 9, em 1992.

A escultura – uma figura de acrílico escalando um tubo cilíndrico metálico de 25 metros – agradou tanto aos Kasseläner, nome dado aos habitantes da cidade, que eles resolveram "fazer uma vaquinha", comprando-a, na época, por 600 mil marcos.

Diferentemente de anos anteriores, o eixo de locações da documenta 12 não será formado pela KuBa e os tradicionais edifícios de exposição da mostra e seu entorno: o Museu Fridericianum e sua praça, a Friedrichsplatz; o documenta-Halle, a Neue Galerie e a Orangerie, com o parque barroco Karlsaue, às margens do rio Fulda, ao redor.

Novidades

Arbeiter fahren am Mittwoch (07.03.2007) in Kassel mit einem Hubwagen durch den documenta-Pavillion
Palácio de Cristal: 12 mil metros quadrados de arteFoto: picture-alliance/dpa

Neste ano, as galerias e cinemas da Kulturbanhof terão programações próprias, emancipando-se da documenta. No caminho entre a KuBa e as demais locações, está uma rua de pedestres conhecida como Treppenstrasse (rua da escada), tombada pelo patrimônio histórico por ser a primeira rua de pedestres da Alemanha, construída em 1953. Ela é inevitável para o visitante que se dirige aos demais locais de exposição da mostra.

Em matéria de locações, no entanto, a documenta 12 traz duas novidades. A primeira são os Aue-Pavillons, um "Palácio de Cristal" de 12 mil metros quadrados e 3 milhões de euros, que transforma a esplanada em frente ao edifício da Orangerie em espaço de exposição temporário de ferro e vidro.

A segunda fica por conta da ampliação dos espaços de exposição da documenta 12 para o lado oeste da cidade, prolongando o eixo da documenta com a inclusão do conjunto formado pelo Bergpark e o castelo Wilhelmshöhe.

Barroco paisagístico montanhoso

Webcam der Woche Herkules-Cam Kassel Deutschland heute
Estátua do Hércules é símbolo de Kassel

O Bergpark é o maior parque de relevo montanhoso urbano da Europa. O ensemble barroco é encabeçado pela estátua do Hércules, símbolo da cidade que se eleva a 523 metros sobre Kassel.

O castelo Wilhelmshöhe, onde hoje se encontra uma das maiores coleções de velhos mestres (Rembrandt, Ticiano, Rubens, entre outros) da Europa, e o Löwenburg, um castelo-ruína construído em 1802 bem no espírito do romantismo, completam o conjunto.

Acompanhando o relevo, fontes e canais se estendem pelo parque até o castelo Wilhelmshöhe, localizado cerca de 250 metros abaixo do Hércules. Devido à distância de vários quilômetros entre o castelo Wilhelmshöhe e os locais próximos à Orangerie, bondes e ônibus serão de grande importância nesta documenta, cujo ingresso também garante livre acesso ao transporte público.

O que e onde

Kassel: Documenta-Halle
Kassel: documenta-HalleFoto: Kassel Tourist

Desta forma, quem chegar à estação Kassel-Wilhelmshöhe não terá, necessariamente, que ir até à Kulturbahnhof para iniciar seu trajeto, podendo decidir se o faz pela esquerda ou pela direita.

Ou seja, para baixo, em direção ao Museu Fridericianum, Aue-Pavillons, documenta-Halle e Neue Galerie ou, para cima, em direção ao Bergpark e castelo Wilhelmshöhe.

Segundo Roger Martin Buergel, curador da documenta de 2007, a maior parte da mostra poderá ser vista no Palácio de Cristal em frente à Orangerie. Nas salas da Neue Galerie, esvaziada para atender à documenta, também vai acontecer muita coisa, afirma o curador.

Porta de entrada

Die 11. Documenta in Kassel: Fridericianum
Fridericianum é a porta de entrada da 'documenta'Foto: Documenta

No Museu Fridericianum funcionará a recepção da documenta. Como a exposição deste ano muito tem a ver com espaço, ali não serão construídas divisórias internas. "Nós não vamos entupir o museu com arte. Deixaremos ao observador, de vez em quando, 20 metros livres de pé-direito até a obra de arte", argumenta Buergel.

Arte também poderá ser vista no grande salão do documenta-Halle, cujo saguão de entrada funcionará como lounge, onde o visitante poderá descansar e beber alguma coisa. No castelo Wilhelmshöhe, a documenta ocupará um gabinete e uma abóbada, além das esculturas espalhadas ao ar livre pelo Bergpark, informa o curador da mostra, também conhecida como "museu dos cem dias".