Klinsmann deve treinar seleção alemã
22 de julho de 2004Após uma série de reuniões e contatos, a "comissão de procura de técnico" da Confederação Alemã de Futebol (DFB) divulgou, nesta quarta-feira (22/07), o nome do provável novo técnico da Seleção Alemã: o ex-centro-avante Jürgen Klinsmann (39) aceitou o convite para comandar a equipe até a Copa do Mundo de 2006 na Alemanha.
A apresentação oficial do novo treinador está prevista para o próximo final de semana. Segundo informações divulgadas pela imprensa alemã, Klinsmann, que atualmente vive nos Estados Unidos, deve assinar um contrato de dois anos com a DFB e terá dois assessores: Holger Osiek como técnico-assistente e o ex-atacante Oliver Bierhoff no papel de manager da seleção. Bierhoff, autor do gol de ouro que sagrou a Alemanha campeã da Eurocopa de 1996, foi sugerido para a gerência da equipe por Karl Heinz Rummenigge, vice-presidente do Bayern de Munique.
Ex-jogador do Stuttgart e Bayern de Munique, Klinsmann atuou 108 vezes pela Seleção Alemã e obteve a licença de treinador – obrigatória na Alemanha para ser técncio de uma equipe – em 2000. "É uma obviedade que eu ajude a DBF em qualquer que seja a função", disse logo após receber o convite do presidente da entidade, Gerhard Mayer-Vorfelder, e de seu secretário-geral, Horst Schmidt, em Nova York.
De olho na Copa
Klinsmann nunca negou seu interesse pelo cargo que já foi ocupado por Franz Beckenbauer e Rudi Völler. "Alegro-me que a DFB tenha aceitado minha oferta de ajudar a seleção nos preparativos para a Copa do Mundo de 2006. Esse campeonato é o principal evento esportivo das próximas décadas na Alemanha", declarou.
Holger Osiek, indicado para apoiar a dupla de ex-atacantes como treinador-assitente, já exerceu essa função de 1987 a 1990 ao lado de Franz Beckenbauer. Desde 1º de maio deste ano, Osiek é diretor do departamento de desenvolvimento técnico da Fifa.
A morosa e difícil busca de uma nova equipe técnica para a Seleção Alemã trouxe um resultado considerado "esperançoso" pela mídia do país. A renúncia de Völler, depois da eliminação da Alemanha na primeira fase da Eurocopa, gerou uma crise na Confederação Alemã de Futebol que balançou até a cadeira do presidente Mayer-Vorfelder. Em consequencia, a DFB criou uma comissão de procura de técnico.
Matthäus perde disputa de lobistas
No começo desta semana, tornaram-se públicas as divergências internas da comissão a respeito dos nomes de Lothar Matthäus (treinador da Hungria) e Winfried Schäffer (técnico de Camarões), os dois últimos candidatos alemães que ainda restavam na lista da DFB, depois do "não" de Otmar Hitzfeld e Otto Rehhagel (que venceu a Eurocopa 2004 com a Grécia).
Beckenbauer queria Matthäus como técnico, mas foi derrotado pelos votos contrários de Mayer-Vorfelder e do presidente da Liga Alemã de Futebol (DFL), Werner Hackmann, enquanto Horst Schmidt se absteve na votação. Hackmann só aceitaria Matthäus, se Beckenbauer – presidente do Comitê Organizador da Copa de 2006 – assumisse o cargo de gerente da seleção
Dois candidatos estrangeiros – Guus Hiddink, do PSV Eindhoven, e Morten Olsen (técnico da Dinamarca) também haviam sido contatados pela DFB. Como eles ainda cumprem contratos, Beckenbauer não via chances de convencê-los a treinar a Alemanha, cuja seleção precisa ser completamente reestruturada, depois do fiasco em Portugal.
Tudo indicava que Matthäus – louco pelo cargo – e apoiado pelo poderoso lobby do Bayern de Munique – seria o escolhido. Mas Klinsmann, apesar de recentes críticas à DFB, ganhou a corrida, provavelmente, com a ajuda de um outro lobby poderoso: nos EUA, ele é representante da Adidas, patrocinadora oficial da Seleção Alemã.