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Negócios com a folia

Priya Palsule-Desai (rw)1 de fevereiro de 2008

Embora seja festejado apenas em algumas regiões, Carnaval alemão garante lucros a bares, fabricantes de guloseimas e lojas de fantasias, principalmente em Colônia. Ao mesmo tempo, gera milhares de empregos temporários.

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Colônia: alto movimento na 'quinta estação do ano'Foto: AP

O Carnaval não é festejado em toda a Alemanha. Os principais centros da folia no país são as grandes cidades ao longo do rio Reno (Colônia, Düsseldorf e Mainz). Quem festeja, não costuma ir sem fantasia. Cerca de 15 mil pessoas por dia visitam a loja Karnevalswierts em Colônia, uma das duas grandes lojas da cidade especializadas em artigos para foliões.

Uma fantasia simples já pode ser adquirida por 5,95 euros, mas muitos não se contentam com pouco. "Vou tentar gastar só 30 euros por pessoa, pois somos três na família", diz uma cliente da loja. Outra compradora, que optou por uma fantasia de diabinho com asas de anjo, vai investir cerca de 50 euros.

Deutschland Karneval Köln Weiberfastnacht
Vestimenta completa, mais instrumento musicalFoto: AP

Os verdadeiros foliões não economizam com fantasias e acessórios. No ano passado, os alemães gastaram 300 milhões de euros em artigos de carnaval, segundo o Instituto Alemão de Pesquisas Econômicas (DIW). A maioria dos foliões têm duas fantasias diferentes: uma para usar dentro de salões e outra para festejar nas ruas, por ser inverno na Europa.

Frank Schröder, gerente da Karnevalswierts, esclarece: "O folião é um cliente que se deixa levar pela emoção. O coloniano faz de tudo pelo Carnaval, pois aqui isto é como uma religião".

Nicho para fabricantes especializadas

Além das fantasias, quem fatura alto durante o Carnaval alemão são alguns fabricantes de doces e guloseimas. Cerca de 150 toneladas de balas, bombons e barras de chocolate − conhecidos como Kamelle na linguagem local − são jogados ao público durante os tradicionais desfiles de domingo e segunda-feira em Colônia. Na vizinha Düsseldorf, são 60 toneladas.

Torben Erbrath, porta-voz da associação nacional de fabricantes de doces, explica que o Carnaval não chega a responder por 1% dos lucros do setor em nível nacional. Ele apenas é importante para as empresas que se especializaram em produtos para esta época do ano. Para estas, Carnaval pode representar 50% ou mais do faturamento, explica.

Também a gastronomia fatura com a chamada "quinta estação do ano". Segundo a Associação do Carnaval Alemão, de novembro a fevereiro são geridos 12 mil postos de trabalho. A maioria dos trabalhadores temporários encontra ocupação em bares, restaurantes e hotéis, principalmente nos centros históricos de Colônia e Düsseldorf. Em contrapartida, na periferia destas cidades, o setor sofre com a falta de clientes.

Turistas estrangeiros vêm a Colônia

O mesmo fenômeno se repete na hotelaria. Enquanto Colônia registra um aumento de 20% nos pernoites, Düsseldorf fica a ver navios. O porta-voz da Associação de Hotéis e Gastronomia na Alemanha, Thorsten Helwig, explica os motivos: "O Carnaval em Düsseldorf é um evento de dimensão regional, ao contrário do de Colônia, que atrai inclusive turistas estrangeiros".

Cerca de 1,5 milhão de pessoas participam da folia em Colônia. Além de turistas de vários estados do país, vêm visitantes das vizinhas Bélgica, França e Holanda. Segundo Josef Sommer, diretor da Secretaria de Turismo de Colônia, durante a temporada do Carnaval são movimentados em Colônia 330 milhões de euros, oito milhões dos quais revertem para os cofres da cidade.