México captura líder do cartel de Juárez
10 de outubro de 2014O narcotraficante Vicente Carrillo Fuentes foi capturado nesta quinta-feira (09/10) no estado mexicano de Coahuila. Conhecido como "El Viceroy", ele era líder do cartel de Juárez, organização criminosa responsável por promover, no estado de Chihuahua, o fortalecimento de diversos grupos que tornaram a cidade de Juárez uma das mais violentas do mundo.
Carrillo Fuentes foi detido na cidade de Torreón numa operação discreta e sem troca de tiros. No momento da captura, ele se apresentou com um documento falso, mas ao ser identificado pelas autoridades, se entregou sem resistência. O procurador-geral do México, Jesús Murillo Karam, destacou que "Carrillo era um dos principais delinquentes que a justiça mexicana tinha de capturar".
O narcotraficante, de 51 anos, é irmão do falecido fundador do cartel de Juárez, Amado Carrillo Fuentes, conhecido como "O senhor dos céus" por ter sido um dos primeiros a usar aviões no início da década de 1990, para transportar principalmente cocaína aos Estados Unidos.
Com a morte do irmão em 1997, "El Viceroy" assumiu o comando do grupo criminoso, que opera principalmente em Juárez, na fronteira com El Paso, cidade no estado norte-americano do Texas.
El Viceroy é considerado um dos responsáveis pelo banho de sangue que envolveu Juárez, entre 2009 e 2011, quando a organização criminal lutava contra o cartel de Sinaloa para ter o controle de uma das rotas-chave para levar drogas aos Estados Unidos.
Por informações que levassem à captura de El Viceroy, o governo mexicano oferecia recompensa de 30 milhões de pesos (cerca de 2,3 milhões de dólares), enquanto as autoridades dos Estados Unidos dariam até 5 milhões de dólares.
A detenção ocorreu uma semana após a captura de Héctor Beltrán Levya, líder de cartel que também estava na lista dos mais procurados.
A ofensiva contra os chefes do tráfico ocorre num momento em que o governo mexicano está sendo pressionado por conta do desaparecimento de 43 jovens que protestavam na cidade de Iguala, no estado de Guerrero, no sul do país, e pela descoberta de 28 corpos carbonizados na região.
NM/dpa/rtr