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Maconha, entre droga e medicamento

Gudrun Heise / Julien Karl25 de julho de 2014

Alucinógeno proibido na maioria dos países do mundo, a cannabis também tem efeitos terapêuticos, pois ajuda a aliviar dores e assim melhorar a qualidade de vida de pacientes.

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Foto: Frederic J. Brown/AFP/Getty Images

A maconha é uma droga ilegal na maioria dos países, mas ela também tem um uso terapêutico e medicinal, frequentemente permitido. Alguns exemplos são Holanda, Espanha, Portugal, Finlândia e diversos estados dos EUA, onde é preciso apresentar uma receita médica para se adquirir a droga.

Em geral, a maconha terapêutica é vendida em forma de medicamentos que contêm extrato de cannabis. Um exemplo comum é um spray que pode ser aplicado diretamente na boca, onde é absorvido e espalha-se pela corrente sanguínea rapidamente.

Cada vez mais estudos atestam os efeitos positivos da cannabis para aliviar dores no tratamento de diversas doenças. Embora não seja capaz de curar enfermidades, a planta pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Isso se aplica, por exemplo, a pessoas que sofrem de esclerose múltipla, uma doença inflamatória crônica do sistema nervoso central. Os espasmos musculares são sintomas frequentes e podem ser reduzidos com a aplicação da cannabis ou de suas substâncias ativas – o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). Eles ajudam a relaxar os músculos e melhorar as condições motoras.

Essas substâncias também podem ajudar pacientes que sofrem da síndrome de Tourette, do mal de Parkinson ou de dores neuropáticas crônicas. Cientistas também já constataram efeitos benéficos da planta no tratamento do câncer. Nesse caso, ela pode combater o mal-estar e a ânsia de vômito causados pela quimioterapia.

Mas há também um lado negativo no uso medicinal da maconha. O consumo pode provocar tonturas, cansaço, náuseas, dores de cabeça e até distúrbios psíquicos. A frequência cardíaca pode aumentar, e a pressão arterial, cair. O consumo prolongado pode levar a um deficit de atenção. No entanto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os efeitos colaterais são considerados relativamente poucos e reversíveis.

Legalizar completamente a maconha e seus derivados não faz parte dos planos da maioria dos governos. A única exceção é o Uruguai, que legalizou plantio, comercialização e distribuição.

Entretanto, especialistas acreditam que a aplicação de penas mais severas para os usuários de maconha não resultem numa redução do consumo. Uma legislação mais liberal não levou a um aumento do consumo da droga em Portugal ou na República Tcheca, por exemplo.