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Merkel é reeleita presidente da CDU com 89,5% dos votos

6 de dezembro de 2016

Apesar de alto, apoio obtido pela chanceler federal alemã em congresso do partido é menor que o de dois anos atrás. Após mencionar véu islâmico e crise migratória em discurso, líder é aplaudida por mais de dez minutos.

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A chanceler Angela Merkel durante o discurso em Essen
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach

Duas semanas após anunciar que concorrerá a um quarto mandato como chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel foi reeleita nesta terça-feira (06/12) presidente da União Democrata Cristã (CDU) com 89,5% dos 944 votos válidos.

Apesar da vitória por ampla maioria, o resultado obtido por Merkel no congresso da CDU em Essen é inferior aos 96,7% conseguidos dois anos atrás. Ela foi eleita presidente da CDU pela primeira vez no ano 2000, com 95,9% dos votos dos membros da legenda. Seu melhor resultado foi registrado em 2012, quando obteve o apoio de 97,9% de seus correligionários, e o pior, em 2004, com 88,4%.

Véu islâmico

Ao discursar no congresso em Essen, Merkel manifestou-se a favor da proibição do véu muçulmano que cobre o rosto "onde quer que seja legalmente possível". A chanceler federal alemã afirmou que, na Alemanha, o que vale é a cultura do rosto à mostra. "Por isso, o véu integral não é apropriado aqui", disse a líder do CDU.

A chanceler disse ainda que, em prol da integração de refugiados e migrantes e contra a existência de sociedades paralelas na Alemanha, a lei e a Justiça sempre estarão acima de regras religiosas. "Isso também quer dizer que na comunicação interpessoal, que, para nós, desempenham um papel fundamental, nós mostramos o rosto."

Há anos a CDU debate sobre a proibição do véu islâmico integral. Contudo, na última conferência da sigla, em 2015, a medida foi rejeitada devido a dúvidas jurídicas sobre quando e onde a proibição poderia ser implementada, já que poderia contrariar direitos de liberdade dos afetados.  

Política de refugiados

Merkel também assegurou a seus correligionários de que a situação vivida em meados do ano passado, quando a Alemanha recebeu 890 mil refugiados, "não deve e não pode se repetir". "Essa era e será a nossa e a minha meta política", afirmou.

A chanceler salientou que os refugiados encontraram abrigo na Alemanha contra guerras, perseguições e falta de perspectivas em suas terras natais, mas acrescentou que "nem todo refugiado pode ficar".

Após discursar por cerca de uma hora e meia, Merkel foi aplaudida de pé por mais de dez minutos. A chanceler pediu o apoio do partido nas eleições de setembro de 2017, nas quais ela vai concorrer e que, segundo ela, serão como nenhuma outra desde a Reunificação da Alemanha.

Uma pesquisa divulgada pela emissora pública ZDF no mês passado apontou que 64% dos entrevistados são favoráveis à reeleição de Merkel.

IP/rtr/afp/dpa