Milhares de espanhóis saem às ruas contra pacote do governo
20 de julho de 2012Milhares de pessoas saíram às ruas em mais de 80 cidades da Espanha nesta quinta-feira (19/07) para protestar contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo, como cortes salariais e aumentos de impostos. "Mãos ao alto! Isto é um assalto!", gritavam os manifestantes em Madri.
Na capital, os manifestantes lotaram a praça Puerta del Sol, em frente ao Parlamento. A manifestação prosseguiu madrugada adentro, até ser dispersada pela polícia, que disparou balas de borracha e agrediu os manifestantes com cassetetes. Estes lançaram garrafas e outros objetos contra os policiais.
Ao menos 26 pessoas ficaram feridas, segundo o jornal El País, que estimou em 100 mil o número de manifestantes na capital. Também em Barcelona, Bilbao e Sevilha ocorreram protestos.
"Não há nada que possamos fazer, a não ser vir para a rua. Perdemos de 10% a 15% do nosso salário nos últimos quatro anos", afirmou Sara Alvera, de 51 anos, que trabalha no setor da Justiça, à agência de notícias AFP.
Pacote de austeridade
Os protestos começaram na semana passada, depois de o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, ter anunciado um pacote de austeridade de 65 bilhões de euros, com o objetivo de reduzir o déficit orçamental.
Entre as medidas anunciadas, está a eliminação do abono de Natal dos funcionários públicos, o que corresponde a uma redução salarial de 7% e sucede a uma redução salarial em 2010.
O governo decidiu também reduzir a ajuda para desempregados e aumentar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA). O ministro das Finanças, Cristobal Montoro, defendeu as medidas, afirmando que não há dinheiro para pagar os serviços públicos.
As medidas foram anunciadas após a União Europeia acertar uma ajuda de 100 bilhões de euros à Espanha, destinada a sanear o sistema bancário do país.
Alemanha aprova ajuda
Nesta quinta-feira, o Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) aprovou, por ampla maioria, a ajuda para recapitalizar os bancos espanhóis. A cota da Alemanha pode chegar a 30 bilhões de euros.
A primeira parcela da ajuda deverá ser entregue até o final de julho e soma 30 bilhões de euros.
AS/afp/lusa/ap
Revisão: Marcio Damasceno