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Mittelstand, a espinha dorsal da economia alemã

Muito além de nomes como Volkswagen e Bayer estão empresas de médio porte que respondem por boa parte da atividade econômica alemã. O que as distingue é uma série de características únicas.

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Faber Castell Minen-Produktion in Stein
Sede da Faber-Castell no sul da AlemanhaFoto: picture-alliance/dpa/D. Karmann

A visibilidade da economia alemã é garantida por nomes como Volkswagen, BMW, Siemens, Bayer, Basf e Daimler, mas a espinha dorsal é formada pelas milhares de pequenas e médias empresas conhecidas como Mittelstand, uma espécie de orgulho nacional.

Mesmo que não haja contornos exatos para o termo, ele costuma abarcar as empresas que empregam algumas centenas de funcionários e faturam até 1 bilhão de euros por ano. Boa parte delas são familiares e muitas são tradicionais, ou seja, estão há várias gerações nas mãos da mesma família.

Mas, muito mais do que isso, Mittelstand passou a ser sinônimo de empresas de pouca visibilidade, muitas vezes localizadas em cidades médias ou até mesmo pequenas, com forte identificação com a comunidade local e não raro líderes mundiais naquilo que fazem.

São nomes como Sennheiser, Rimowa ou Faber-Castell, mas também Maschinenfabrik Reinhausen, que produz componentes para transformadores, Sick, especializada em sensores, ou Miele, de eletrodomésticos. Muitas delas são conhecidas apenas por quem compra seus produtos – frequentemente outras empresas, como nos setores de máquinas industriais, uma especialidade alemã.

Por isso, o Mittelstand costuma passar despercebido, apesar de representar 45% do Produto Interno Bruto (PIB) alemão e empregar 60% da mão de obra. Essas empresas também são, muitas vezes, campeãs de exportação, com clientes espalhados pelo mundo.

Elas também são fundamentais na formação e treinamento de mão de obra por meio do chamado sistema dual de aprendizagem (escola-empresa), outro aspecto muito admirado da economia alemã.

A força e resiliência da economia alemã chamaram a atenção para o Mittelstand nos últimos anos. A descentralização da atividade industrial, pulverizada em várias empresas espalhadas pelo país, torna a economia do país mais resistente a flutuações e crises e menos concentrada em grandes cidades.

Mas o modelo, com sua forte relação entre empresas e ensino profissionalizante e elevada identificação local das empresas, se mostrou difícil de ser copiado pelas razões mais diversas, desde cultura empresarial até relações trabalhistas.

A coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que ele recebe no dia a dia.

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