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Mosquiteiros hi-tech:mais proteção contra malária

Fabian Schmidt (ca)25 de abril de 2013

Redes impregnadas com inseticida são considerados a única proteção eficaz contra malária. Mas, quando lavados, o veneno se dilui. No mosquiteiro Life-Net, porém, o inseticida vem incorporado à fibra de plástico.

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Foto: Bayer CropScience

O 25 de abril é Dia Mundial da Malária. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano cerca de 1 milhão de pessoas morrem da doença, 90% delas na África. Os especialistas concordam: redes mosquiteiras tratadas com inseticida oferecem a proteção mais eficaz contra a propagação da doença.

Mas mosquiteiros devem ser usados diariamente e são feitos para durar, portanto têm de ser lavados de vez em quando, sem que o inseticida desapareça. Seu uso consequente é particularmente importante para as crianças pequenas, já que metade das vítimas da malária tem menos de cinco anos de idade.

As crianças costumam ir cedo para cama, antes do anoitecer, enquanto os mosquitos do gênero Anopheles, que transmitem a malária, são ativos principalmente à noite. "Por esse motivo, as redes são, ainda hoje, o componente mais importante na proteção contra picadas de mosquito", enfatiza o médico Jürgen May, professor no Instituto Bernhard Nocht de Medicina Tropical.

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Malária ameaça crianças pequenas em especialFoto: Bayer CropScience

Mosquiteiro todas as noites

Importante é que as redes mosquiteiras se tornem parte da rotina diária, da mesma forma que escovar os dentes. Se não são usadas por algum tempo, os insetos têm carta branca. "Realmente é possível alcançar muitos resultados com os mosquiteiros", comenta May, "mas as pessoas precisam, de fato, saber usar esses mosquiteiros, impregná-los regularmente com repelente e, mesmo após o uso prolongado, as redes não podem apresentar buracos".

É esse justamente aí o ponto fraco dos mosquiteiros convencionais. Quando são usados durante muito tempo, acabam se tornando sujos e feios. Redes de fibras macias são fáceis de lavar, mas rasgam facilmente, enquanto as de fibras muito rígidas são bem mais duráveis, mas difíceis de limpar. E principalmente: até agora, o inseticida tinha que ser periodicamente pulverizado sobre as redes, para elas manterem sua eficácia. Sobretudo após a lavagem a proteção era anulada.

Então era preciso inventar um mosquiteiro melhor. "O desafio era alcançar ambas as coisas para garantir que as pessoas realmente usem as redes", conta Frederic Baur. O cientista agrícola da Bayer CropScience em Lyon, França, trabalha no combate às doenças transmitidas por insetos. "Por isso queríamos desenvolver um mosquiteiro que combinasse maciez e durabilidade. Acima de tudo, o inseticida já devia estar incorporado à fibra da rede."

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Life-Net: nesmo lavando várias vezes, inseticida não vai emboraFoto: Bayer CropScience

Inseticida já no plástico

Disso resultou uma fibra de polipropileno de alta resistência, mas ainda assim macia. Semelhante ao vestuário esportivo nas lojas – em cujos têxteis estão entrelaçados nano-íons de prata, para evitar o odor do suor – nas novas redes mosquiteiras o inseticida já é misturado ao plástico antes da fiação.

No entanto, esta não é uma questão fácil, pois inseticidas são sensíveis ao calor, e o polipropileno tem ser aquecido, antes de ser processado em fibras e fios, ele. Mas o esforço vale a pena: a nova fibra cumpre sua ação inseticida durante um longo período de tempo.

"A fibra da rede libera o inseticida de forma muito lenta", descreve o cientista agrícola. "Quando ele é lavado, ou quando desaparece da superfície devido ao uso prolongado, novos agentes ativos emergem do interior da fibra." Essa impregnação profunda resiste por muito tempo. É possível lavar o mosquiteiro mais de 30 vezes, sem que o inseticida perca a eficácia. "Isso também foi confirmado pela Organização Mundial da Saúde", afirma Baur.

Seguro para bebês

E ao contrário de inseticidas pulverizados posteriormente, o princípio ativo nas fibras também é mais seguro para os seres humanos. É comum as crianças tocarem ou mesmo chuparem a rede. No entanto, isso não lhes é prejudicial, pois a fibra só libera o inseticida de forma controlada.

"Realizamos extensos testes de risco", assinalou Baur. "A quantidade de substâncias ativas é tão pequena que pouco tem efeito sobre a saúde de seres humanos e mamíferos. Mesmo assim, elas são muito eficazes contra mosquitos."

O mosquiteiro com impregnação duradoura chama-se Life-Net. A Bayer fixou a meta de produzir milhões deles. A demanda é, sem dúvida, gigantesca: segundo diversas estimativas, entre 300 milhões e 500 milhões de pessoas sofrem de malária, em todo o mundo.