Mulheres no poder
21 de novembro de 2005Nove semanas depois de a União Democrata Cristã ser, em aliança com a União Social Cristã, o partido mais votado nas eleições parlamentares alemãs, o presidente Horst Köhler sugeriu oficialmente, nesta segunda-feira (22/11), o nome da candidata da aliança, Angela Merkel,como chefe de governo.
Com a medida, uma mulher assume o mais importante posto do Poder Executivo em uma nação européia. Fato que não é singular. Outros exemplos semelhantes podem ser observados na Finlândia, Irlanda e Letônia.
Poder feminino na Escandinávia
Eleita por voto popular para um mandato de seis anos em 16 de janeiro de 2000, Tarja Kaarina Halonen assumiu o cargo de presidente da República da Finlândia em 1º de março de 2000.
Nascida em 24 de dezembro de 1943, a chefe de Estado ocupou durante sua trajetória política diferentes cargos. Entre 1987 e 1990, foi ministra de Assuntos Sociais e Saúde. No mesmo ano, trocou de pasta, assumindo a Justiça (função exercida até o ano seguinte).
Com uma formação na área do Direito, a presidente finlandesa ainda recebeu condecorações honorárias nas Universidades de Kent (Reino Unido), Tartu (Estônia), Yerevan (Armênia) e Bluefiels (Nicarágua).
Dose dupla irlandesa
No dia 11 de novembro de 1997, Mary McAleese foi proclamada como oitava presidente da Irlanda. Era o início de sua carreira política como chefe de Estado, cargo em que foi reconfirmada em 1º de outubro de 2004.
Nascida em 27 de junho de 1951, em Belfast, é a primeira presidente que tem origem norte-irlandesa. A filha mais velha de nove crianças cresceu acompanhando os conflitos entre protestantes e católicos. Casada e mãe de três filhos, McAleese já foi professora de Direito, antes de ocupar cargos políticos.
McAleese também tem experiência no setor das comunicações: foi apresentadora na televisão e no rádio. Seus temas de interesse estão relacionados com a igualdade, inclusão social e reconciliação.
A chefia de Estado exercida por uma mulher não surpreende os irlandeses, já que não é a primeira vez que o cargo não é ocupado por um homem. Já em 1990, Mary Robinson fora eleita presidente do país.
Exemplo báltico
Com pouco mais de dois milhões de habitantes, a letônia tem nas rédeas do poder uma mulher. Vaira Vike-Freiberga é a presidente país báltico, reeleita para um mandato de quatro anos (sufrágio ocorrido em 20 de junho de 2003).
Nascida em Riga, capital do país que governa, em 1° de dezembro de 1937, cresceu em um campo de refugiados na Alemanha. Após infância difícil, estudou no Canadá, onde concluiu mestrado e doutorado em Psicologia.
Casada em 1960 e mãe de dois filhos, Vike-Freiberga foi escolhida como diretora do recém-criado Instituto Letoniano em Riga pelo primeiro-ministro do país no outono de 1998, tendo sido eleita presidente no ano seguinte.
Sangue azul no poder
Duas chefes de Estado européias têm origem nobre. Na Holanda, a rainha Beatrix Armgard Wilhelmina, princesa de Orange-Nassau, é a figura mais representativa do país desde 30 de abril de 1980, quando foi coroada, aos 42 anos de idade.
Outra monarca na linha de frente (e talvez a mais conhecida do mundo) é a rainha Elizabeth II. Coroada em 6 de fevereiro de 1952, Elizabeth Alexandra Mary é também chefe da Comunidade Britânica, governante suprema da Igreja na Inglaterra e comandante-chefe das Forças Armadas do Reino Unido.
Cerca de 125 milhões de pessoas vivem em países em que ela é chefe de Estado. Seu reinado já passou pelo governo de dez diferentes primeiros-ministros.
Seguindo a linha sucessória das casas reais européias, a Suécia também terá uma rainha no futuro. Primeira filha do rei Carl 16º Gustav e da rainha Silvia (que tem sangue brasileiro), Victoria Ingrid Alice Desiree já é vista como a nova monarca sueca. Uma questão de tempo.
Pelo mundo afora
Além dos exemplos europeus, outras mulheres estão à frente de governos em outros países: Gloria Arroyo (Filipinas) foi nomeada chefe de Estado, em lugar do presidente Joseph Estrada, destituído sob acusação de corrupção, Chandrika Kumaratunga (Sri Lanka) e Helen Clark (Nova Zelândia), a primeira mulher a ser primeira-ministra no país.