Médico tratado com droga experimental contra ebola morre na Libéria
25 de agosto de 2014Autoridades da Libéria confirmaram nesta segunda-feira (25/08) a morte do médico liberiano Abraham Borbor após ser infectado pelo ebola. Borbor morreu no domingo depois de passar por um tratamento com a droga experimental ZMapp, que ajudou a curar dois americanos também infectados pelo vírus.
O ministro da Informação da Libéria, Lewis Brown, disse que a morte do médico foi um choque. "Ele estava andando ontem e os médicos estavam esperançosos de que ele se recuperaria", disse Brown.
Desde o início do ano, a epidemia do ebola já matou mais de 1.400 pessoas no oeste da África, causando uma emergência de saúde pública na região. A crise ressaltou a urgência para o desenvolvimento de novas drogas que possam prevenir, tratar ou curar a doença.
O ZMapp foi desenvolvido por um laboratório americano, mas nunca havia sido testado em humanos. Apenas seis pessoas no mundo receberam doses da droga que, acredita-se, está se esgotando.
Entre os que foram tratados com o ZMapp estão dois americanos – um médico e uma missionária — que receberam alta de um hospital em Atlanta, nos EUA, na semana passada.
Um padre espanhol também recebeu o soro, mas não resistiu. Não há informações sobre os outros dois pacientes liberianos que foram tratados com o medicamento.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1.427 pessoas morreram em Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria desde o início da epidemia. O órgão coloca em 2.615 o número de casos suspeitos ou confirmados.
Nesta segunda-feira, a República Democrática do Congo confirmou seus dois primeiros casos da doença. O vírus do ebola é transmitido pelo contato com o sangue e com fluídos corporais de pessoas infectadas.
Guerra contra epidemia
O coordenador da ONU para a epidemia de ebola, o médico britânico David Nabarro, disse que o combate contra o vírus é uma "guerra" que pode durar mais seis meses para ser concluída.
"O esforço para derrotar o ebola não é uma batalha e sim uma guerra que exige que todos trabalhem juntos", afirmou.
As Nações Unidas também alertaram contra as limitações impostas a voos que passam pelos países afetados. De acordo com Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral, as restrições estão tendo "efeitos adversos" nos trabalhos para controlar a doença, já que retardam o trabalho de organizações que enviam voluntários e equipamento para combater o vírus. "Não deveríamos fazer nada que alimente o medo e a estigmatização", disse Dujarric.
RM/ap/afp/dpa