Nariz artificial a serviço da saúde
4 de agosto de 2003Um dos protótipos está sendo testado no Centro Alemão de Cardiologia, em Berlim. O aparelho monitora a respiração de pacientes internados e é capaz de detectar, no ar expirado, certas substâncias metabólicas produzidas por bactérias e fungos. Torna assim possível a detecção, num estágio precoce, de um processo infeccioso no organismo do paciente que pode pôr sua vida em risco. Por meio de exames convencionais de laboratório, a identificação dos agentes de uma infecção só seria possível no espaço de dois dias.
A idéia de produzir um nariz artificial para a vigilância da saúde de doentes internados inspirou-se em enfermeiras que afirmam ser capazes de cheirar quando um paciente está infectado. No caso do aparelho em questão, sensores especiais registram alterações na condutividade do ar expirado, quando carregado de substâncias metabólicas específicas, ao entrar em contato com a superfície metálica do aparelho.
Fabricante do sensor utilizado neste aparelho é uma empresa do leste da Alemanha, a Rostock System Technik (RST). Os primeiros resultados de um estudo que está sendo realizado com 1200 pacientes devem ser apresentados em outubro.
Esperança no combate à tuberculose
Num outro projeto de pesquisa multinacional, cientistas desenvolveram no Instituto de Tecnologias Ambientais (IUT) e na empresa de tecnologia de laser e medicina LMTB, ambos em Berlim, o primeiro espectômetro capaz de detectar o Mycobacter tuberculosis, responsável pela tuberculose.
Também neste caso, a grande vantagem é o diagnóstico imediato. Os métodos tradicionais baseiam-se na análise da saliva de pessoas suspeitas de contaminação e são complicados. No procedimento desenvolvido em Berlim, o ar expirado e contaminado com tubérculos é conduzido para uma célula de medição do espectômetro, onde as moléculas atravessam um coletor de íons. Em seguida, as partículas podem ser medidas eletronicamente e suas características espectrais, imediatamente determinadas.
O método representa uma grande esperança no combate à tuberculose, doença infecciosa que voltou a recrudescer nos últimos anos. A Organização Mundial de Saúde (OMC) acredita que, até 2020, 70 milhões de pessoas terão morrido de tuberculose no mundo.