Número de mortos em mina de carvão na Turquia pode passar de 300
16 de maio de 2014No máximo 18 trabalhadores permanecem soterrados na mina onde aconteceu a explosão seguida de incêndio em Soma, no oeste da Turquia, disse o ministro da Energia, Taner Yildiz, nesta sexta-feira (16/05). De acordo com as últimas informações oficiais, o número de mortos chegou a 284 e poderia, portanto, subir para no máximo 302.
O ministro disse que as previsões são baseadas em relatos das famílias dos trabalhadores e informações fornecidas pela empresa que opera a mina, a Soma Holding. Grande parte das mortes foi provocada por envenenamento por monóxido de carbono, suspeitam as autoridades.
Segundo a operadora, além dos prováveis 302 mortos, 363 mineiros foram resgatados em boas condições e 122 foram hospitalizados. Portanto, um total de 787 trabalhava no momento da explosão. O acidente teria ocorrido durante uma troca de turno, o que explicaria o grande número de operários no local.
O gerente da operadora, Akin Celik, declarou que ainda não se sabe a causa exata do acidente. "Não houve negligência da nossa parte. Nós todos trabalhamos de corpo e alma", disse.
Asessor de Erdogan pede desculpas
Yusuf Yerkel – assessor do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que chutou um manifestante nesta quarta-feira – desculpou-se pelo ocorrido em um comunicado. O assessor afirmou ter perdido o autocontrole diante das "provocações, insultos e ataques". "Sinto muito pelo incidente desta quarta-feira em Soma", afirmou, segundo a mídia turca.
Desde a tragédia em Soma, considerada o mais grave acidente em mina de carvão do país, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o governo e a falta de segurança no setor.
Para Erdogan, o desastre vem numa hora crítica. Nas próximas semanas, ele deverá divulgar se concorre às eleições presidenciais de agosto. Desde a vitória de seu partido, o AKP, nas eleições municipais no fim de março último, a candidatura do premiê para o cargo mais alto da política turca é tida como praticamente certa.
BWS/ap/afp/reuters/dpa