O que se sabe sobre os ataques em Bruxelas
23 de março de 2016Os atentados terroristas em Bruxelas deixaram ao menos 31 mortos e mais de 270 feridos nesta terça-feira (22/03). As investigações ainda estão em curso, mas a polícia já identificou três dos responsáveis pelas explosões, que ocorreram no aeroporto internacional de Zaventem e na estação de metrô de Maelbeek, perto de prédios da União Europeia. A autoria dos atos foi reivindicada pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI).
Entenda o que já se sabe sobre os ataques em Bruxelas:
Duas explosões no aeroporto
Pouco antes das 8h, no horário local, duas explosões foram ouvidas no aeroporto internacional de Zaventem, com um intervalo curto entre uma e outra. "Senti o chão estremecer. Foi um som muito alto. Todo mundo ficou muito assustado", contou, à DW Brasil, a portuguesa Mariza Sobral, que estava no aeroporto no momento do ataque.
Após as explosões, uma terceira bomba, ainda maior que as outras duas, foi encontrada no aeroporto dentro de uma mala abandonada. Segundo o procurador federal belga, Frédéric Van Leeuw, essa bomba só explodiu depois, quando o esquadrão antibombas já tinha o controle da situação. O local já estava esvaziado, e ninguém ficou ferido.
Uma explosão no metrô
Após os atentados no aeroporto, uma terceira explosão foi ouvida na estação de metrô de Maelbeek. Segundo a companhia de transporte público local, o ataque ocorreu por volta das 9h10. A estação está localizada na região central da capital belga, perto dos escritórios da União Europeia.
Quatro suspeitos
O "Estado Islâmico" reivindicou a autoria dos atentados. Pelo menos quatro pessoas participaram ativamente dos atos nesta terça-feira.
No aeroporto de Zaventem, dois homens-bomba realizaram as explosões, e um terceiro fugiu após abandonar uma mala cheia de explosivos. No metrô, o atentado foi realizado por um quarto suicida, que também carregava explosivos consigo.
Três identificados
Os três homens-bomba já foram identificados pela polícia. Primeiro veio a confirmação de dois deles, através de impressões digitais: Ibrahim El Bakraoui, de 29 anos, era um dos homens-bomba do aeroporto, e seu irmão, Khalid El Bakraoui, de 27 anos, era o suicida do metrô, segundo as autoridades belgas. Ambos nasceram na Bélgica.
Mais tarde, a polícia identificou o segundo suicida do aeroporto: Najim Laachraoui, de 25 anos, nascido no Marrocos – inicialmente foi noticiado que ele seria o terrorista que fugiu do aeroporto, mas a informação foi depois corrigida. Laachraoui também é suspeito de ter participado dos atentados de 13 de Novembro em Paris.
Dezenas de mortos e centenas de feridos
Até o momento, os ataques em Bruxelas deixaram 31 mortos, além dos três suicidas responsáveis pelas explosões. As autoridades belgas, porém, alertam que o número de mortos ainda pode aumentar. Há mais de 270 pessoas feridas, segundo os últimos dados oficiais divulgados.
Explosivos deixados para trás
A polícia da Bélgica fez buscas numa residência no bairro de Schaerbeek, em Bruxelas, que seria o esconderijo dos suspeitos. Foram encontrados 15 quilogramas de explosivos, além de detonadores, equipamentos e materiais para fabricação de bomba.
Os três responsáveis pelos ataques no aeroporto deixaram essa residência na manhã de terça-feira e, de táxi, seguiram para o local do atentado. O endereço foi fornecido à polícia pelo motorista do carro que os levou. Ainda não está claro, porém, por que eles teriam deixado tantos explosivos para trás.
Mas o que ainda não está claro?
Com as investigações em curso, há ainda pontos não esclarecidos sobre os atos terroristas de 22 de março em Bruxelas.
O homem que está foragido, por exemplo, ainda não foi identificado. Câmeras de segurança mostram o suspeito andando pelo aeroporto, empurrando uma mala num carrinho de bagagem. Ao lado dele, aparecem Ibrahim El Bakraoui e Najim Laachraoui, os dois suicidas. As autoridades divulgaram a imagem abaixo e pediram à população para que ajude a localizá-lo.
Além disso, também não está claro se há uma relação entre os ataques em Bruxelas e em Paris, apesar de ambos terem a autoria reivindicada pelo EI.