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Cáucaso

Vera Möller-Holtkamp (rw)12 de setembro de 2008

Em algumas semanas, devem ser enviados à Geórgia 200 observadores da União Européia. Embora suas atividades ainda não estejam claramente definidas, já agora são conhecidos alguns desafios a serem enfrentados.

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Soldados da Geórgia próximo ao posto russo de controle em, GoriFoto: AP

Até 1º de outubro, a União Européia (UE) pretende ter enviado pelo menos 200 observadores desarmados à Geórgia. Segundo o acordo de 8 de setembro último entre a Rússia e a UE, em 10 de outubro a Rússia terá de ter retirado suas tropas de toda a Geórgia – incluindo as províncias separatistas da Ossétia do Sul e a Abkházia. Restam menos de quatro semanas para que sejam reunidos os participantes da missão. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, anunciou há dois dias que a Alemanha pretende contribuir com até 40 observadores. Quantos irão realmente e as tarefas que assumirão são aspectos a serem definidos na próxima segunda-feira (15/9), numa reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE.

Convocação em curto prazo

Nos bastidores, entretanto, os preparativos correm em ritmo acelerado. O Centro para Missões Internacionais de Paz (ZIF, sigla em alemão), que organiza o recrutamento e o treinamento de observadores na Alemanha, encaminhou uma lista com 15 a 20 nomes ao Ministério de Relações Exteriores. A decisão final é tomada pela UE em Bruxelas.

O ZIF foi criado em 2002, como instrumento de reação rápida aos pedidos de recrutamento de observadores no exterior. No caso da Geórgia, o centro está sobrecarregado, pois não conseguirá selecionar mais de 20 observadores até 1º de outubro, explica Jens Behrendt, diretor da seção de recrutamento.

Os observadores da União Européia são especialistas civis com experiências em missões internacionais, como as do Kosovo, Afeganistão ou Sudão, diz Behrendt. Eles concluíram algum curso superior, mas não necessariamente falam o idioma local. Os peritos, cujos nomes são mantidos em sigilo, participam de projetos em missões internacionais da União Européia, Nações Unidas ou Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Ossétia do Sul é tabu

Russland EU Frankreich Nicolas Sarkozy bei Dmitri Medwedew als Schatten in Moskau
Sarkozy no encontro com Medvedev em MoscouFoto: AP

A tarefa dos observadores é assegurar a estabilidade do cessar-fogo e reunir informações em áreas de conflito, para repassá-las a governos ou organismos multilaterais. Só que, conforme o acertado entre o atual presidente do Conselho da UE, Nicolas Sarkozy, e o presidente russo, Dmitri Medvedev, a missão dos observadores restringe-se ao território georgiano, isto é, não lhes é permitido colher informações na Ossétia do Sul.

Mesmo assim, haverá observadores que poderão enviar suas impressões "do outro lado": trata-se de oito representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), da qual a Rússia também é membro.

A organização está presente no Cáucaso desde 1992 com observadores militares desarmados. Após o conflito militar de agosto, a presença da OSCE na região foi reforçada. No momento, há 20 enviados da organização na Geórgia. Embora seu número deva ser ampliado para 80, apenas oito têm permissão de se locomover por todas as regiões da Geórgia, pois seu mandato foi decidido antes do recente conflito.

Perigo de fragmentação

Em conversa com a Deutsche Welle, o porta-voz da central da OSCE em Viena, Martin Nesirky, elogiou o engajamento da UE. É positivo, segundo ele, que a comunidade internacional se empenhe no Cáucaso.

Ele adverte, no entanto, que a condição para que tudo funcione é uma boa coordenação da equipe de observadores. Tudo isso tem de ser esclarecido em conversas multilaterais, salienta Nesirky.

Trata-se realmente de um fato inédito. É a primeira vez que OSCE e a UE enviam observadores para a mesma região.