Estudo sobre pobreza
10 de julho de 2008
Embora os padrões de pobreza na União Européia (UE) não sejam comparáveis aos de países como o Brasil, as referências usadas na Europa variam de país a país. Enquanto a Alemanha considera pobre quem dispõe de menos de 9.370 euros de renda líquida ao ano (ou 781 euros mensais), em Luxemburgo este limite é de 17.808 euros e na Lituânia e Letônia é de apenas 1.520 euros.
Nestes padrões, 13% dos alemães são considerados pobres ou ameaçados de pobreza, segundo o estudo em nível europeu denominado "Vida na Europa" divulgado nesta terça-feira (08/07) pelo departamento alemão de estatísticas Destatis. Ao lado da Finlândia, Áustria e França, a Alemanha ocupa a nona posição na lista de 25 países avaliados.
O estudo aponta que o índice médio de pobreza nos países da União Européia é de 16%, o que corresponde a 80 milhões de pobres numa população total de 500 milhões. Considerando os resultados do estudo, os países da UE com menos pobreza são Islândia, Holanda e República Tcheca, todas com um índice de 10%.
Distribuição por faixa etária
A mais atingida pelo problema é a Letônia, com 23% da população pobre ou ameaçada de pobreza. Uma peculiaridade da Alemanha é a distribuição equitativa de pobres por todas as faixas etárias, o que não acontece em nenhum outro país do bloco.
Na Dinamarca, por exemplo, a pobreza atinge 5% das pessoas de 55 a 65 anos, mas entre os jovens de 18 a 24 anos ela chega a 35%. Situação semelhante é verificada na Suécia (30%) e na Finlândia (24%).
Nesta faixa etária, a média européia é de 20% e, na Alemanha, de 15%. Já no Chipre, a situação é completamente oposta: enquanto apenas 8% dos jovens são pobres, o problema atinge 52% dos aposentados.
Emprego na Alemanha protege mais da pobreza
Ter um posto de trabalho na Alemanha é uma garantia contra a pobreza, por duas razões. Por um lado, porque com 43% a cota de desempregados alemães pobres está acima das médias da UE (41%) e da zona do euro (38%). Por outro, quem tem emprego na Alemanha corre menos risco de ficar pobre do que os demais cidadãos do bloco.
Apenas 5% dos que trabalham na Alemanha estão ameaçados, enquanto as médias são de 8% na UE e de 7% nos países que adotam o euro, chegando a 9% nas dez nações que entraram para a UE em 2004.
O estudo considerou informações colhidas em 200 mil domicílios da União Européia, 13.799 dos quais na Alemanha. As informações são referentes a 2005, quando o bloco era formado por 25 países. A Bulgária e a Romênia ingressaram na UE apenas em 2007.