Política
26 de junho de 2008Embora o conceito de pobreza possa variar enormemente de país para país, o governo alemão mostra-se preocupado com o relatório que aponta que 13% da população do país é pobre. Dentro da União Européia, é considerado pobre todo aquele que dispõe de menos de 60% da renda média do país. Na Alemanha, essa renda média equivale a 781 euros por pessoa ou 1.640 euros mensais para uma família com duas crianças abaixo de 14 anos.
"É claro que a pobreza é relativa e que ela não é na Alemanha a mesma coisa que na Somália ou em Bangladesh. Não são situações comparáveis, mas mesmo assim a pobreza é um assunto sério no país, porque há pessoas impossibilitadas de ascender socialmente. E a essas pessoas precisamos dar chances, principalmente através de ofertas de educação e formação", diz Hubertus Heil, secretário-geral do Partido Social Democrata (SPD).
Fatores de risco
Uma das questões mais relevantes para os políticos do país é o chamado "risco contínuo de pobreza", que subiu consideravelmente no país de 2000 a 2005. Há certos fatores de risco, como mulheres que criam seus filhos sozinhas ou pessoas sem qualquer formação profissional. Além, é claro, do desemprego. "O mais importante é dar ocupação. Ação social é oferecer trabalho", comenta Erwin Huber, presidente da União Social Cristã (CDU).
Outra constatação do recente relatório divulgado no país é a tendência constante de redução da classe média, num cenário em que a base e o ápice da pirâmide social tendem a aumentar, ou seja, os que ganham muito e os que ganham muito pouco. Rico na Alemanha é todo aquele que ganha mais do que o dobro do salário médio do país. Ou seja, para uma pessoa que vive sozinha, 2.602 euros mensais.
Os números das estatísticas são considerados por vários especialistas como inexatos. O Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW) criticou o estudo recentemente publicado. O Instituto registra o índice de pobreza no ano de 2006 em aproximadamente 18,6% da população.
Medidas
Os métodos a serem usados para combater a pobreza vêm sendo debatidos pelos partidos que formam a coalizão de governo. O representante da CDU, Michael Fuchs, em entrevista à rede de televisão ZDF, defendeu um "alívio da situação da classe média", através de reduções fiscais.
Já os social-democratas se posicionam contra a redução dos impostos, pleiteando um aumento dos impostos sobre herança e sobre grandes fortunas. "Temos um problema de pobreza e riqueza. Alguns têm de menos, outros demais", finaliza Ernst Dieter Rossmann, presidente da ala esquerda do SPD.