OMC chega a acordo sobre subsídios agrícolas
20 de dezembro de 2015O encontro de cinco dias dos 162 países-membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Nairóbi, capital do Quênia, terminou com um acordo sobre os subsídios à exportação agrícola, mas não conseguiu fazer progressos quanto a outras reformas importantes.
A decisão da OMC, apresentada no sábado (19/12), de abolir os incentivos de países ricos às exportações da agricultura foi saudada por autoridades mundiais da área do comércio. O representante americano para o comércio exterior, Michael Froman, chegou até mesmo a dizer que a medida representava uma "guinada para a Organização Mundial do Comércio".
O brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC, também saudou o resultado do encontro, chamando a decisão sobre as exportações agrícolas o "resultado mais significativo em termos de agricultura" na história da OMC.
A medida vai ao encontro de uma antiga reivindicação dos países em desenvolvimento, já que os subsídios concedidos por países desenvolvidos à exportação agrícola limitavam as vendas de produtos básicos de nações menos favorecidas.
Caminho a percorrer
Apesar dos elogios para o acordo sobre a subvenção à exportação agrícola, o encontro não conseguiu fazer muito progresso quanto às negociações paralisadas da Rodada Doha.
Essas negociações, que tiveram início na capital do Catar em 2001, deveriam ajudar os países em desenvolvimento e emergentes a se tornar mais competitivos no mercado global. As nações industrializadas, no entanto, falharam em chegar a um consenso sobre a redução das tarifas alfandegárias e subsídios agrícolas.
O encontro da OMC em Nairóbi também não foi diferente, com os países-membros divididos quanto a continuar ou não a Rodada Doha.
Na declaração final do encontro, afirma-se que os membros continuam comprometidos em concluir as negociações de Doha. O documento, porém, também destaca que alguns alguns países pedem a eliminação ou modificação da Rodada Doha.
CA/afp/dpa/rtr/dw