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OMS identifica nova variante de interesse do coronavírus

9 de agosto de 2023

Cepa EG.5 está se disseminando rapidamente nos EUA e é mais transmissível que outras variantes, mas não traz maior risco à saúde. Diretor-geral da OMS alerta que maioria dos países deixou de comunicar dados sobre covid.

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Representação gráfica do coronavírus
A EG.5 é uma subvariante da ômicronFoto: Mis/IMAGO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou nesta quarta-feira (09/08) uma nova cepa da covid-19 como uma "variante de interesse".

A variante EG.5 tem se espalhado rapidamente nos Estados Unidos, onde já representa mais de 17% dos casos. Ela também foi detectada na China, na Coreia do Sul, no Japão e no Canadá.

O que se sabe sobre a variante EG.5?

A OMS afirmou que, até o momento, a nova variante não parece representar um risco adicional à saúde pública em comparação com outras cepas da covid-19.

"As evidências disponíveis não sugerem que a EG.5 apresente riscos adicionais à saúde pública em relação às outras linhagens descendentes da ômicron atualmente em circulação", informou a organização.

Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para a covid-19, afirmou que, embora a EG.5 tenha uma maior transmissibilidade, as infecções não foram mais graves do que outras variantes da ômicron.

"Não detectamos uma mudança na gravidade da EG.5 em comparação com outras sublinhagens da ômicron que estão em circulação desde o final de 2021", disse.

Além da EG.5, há outras duas variantes sob acompanhamento mais rigoroso da OMS: a XBB.1.5, que está disseminada na Europa e nas Américas, e a XBB.1.16, mais comum na Ásia.

Mandy Cohen, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, disse que as vacinas atualizadas a serem oferecidas em meados ou no final de setembro no território americano fornecerão proteção contra a variante.

"No momento, o que estamos vendo com as mudanças nos vírus é que eles ainda são suscetíveis à nossa vacina, ainda são suscetíveis aos nossos medicamentos e ainda são detectados pelos testes", disse Cohen.

A chefe do CDC disse que as mutações no vírus são "pequenas mudanças" e "subtipos do que já vimos antes": "É provável que vejamos isso como uma recomendação de vacina anual contra a covid, assim como temos uma vacina anual contra a gripe."

Países não vêm informando dados, diz a OMS

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira que muitos países não vêm informando dados sobre o coronavírus à organização.

Ele afirmou que, em julho, apenas um quarto de todos os países informaram o número de mortos pela doença, e apenas 11% relataram dados sobre casos graves.

A OMS emitiu um conjunto de recomendações para a comunicação de dados sobre o vírus, e pediu aos países que continuem oferecendo vacinação.

"Há cerca de um ano, estávamos em uma situação muito melhor para nos anteciparmos, agirmos ou sermos mais ágeis. Agora a lentidão em nossa capacidade para fazer isso está aumentando. E nossa capacidade de fazer isso está diminuindo", disse Van Kerkhove.

bl (Reuters, dpa)