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Otan: Rússia e Irã "cúmplices" dos crimes de Assad na Síria

10 de dezembro de 2024

Secretário-geral da aliança militar diz que Moscou e Teerã abandonaram ditador sírio quando ele deixou de ser útil a seus interesses. Ocidente acompanha transição de poder e observa postura dos líderes rebeldes.

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Presidente russo, Vladimir Putin, ao lado de Bashar al-Assad em Damasco
Presidente russo, Vladimir Putin, concedeu asilo político ao ditador deposto da Síria, Bashar al-AssadFoto: SANA/AFP

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, afirmou nesta segunda-feira (09/12) que a Rússia e o Irã foram cúmplices dos crimes cometidos pelo presidente deposto da Síria Bashar al-Assad e criticou a confiabilidade dos dois países como parceiros estratégicos.

"Rússia e Irã foram os principais apoiadores do regime de Assad, e compartilham a responsabilidade pelos crimes cometidos contra o povo sírio", disse Rutte. "Eles também provaram ser parceiros não confiáveis, abandonando Assad quando ele deixou de ser útil para eles."

O chefe da aliança militar ocidental disse que o fim do governo de Assad "é um momento de alegria, mas também de incertezas para o povo da Síria e da região."

"Esperamos uma transição pacífica de poder e um processo político inclusivo liderado pela Síria", afirmou o secretário-geral.

"Estaremos observando de perto para ver como os líderes rebeldes se comportam durante essa transição. Eles devem defender o Estado de direito, proteger civis e respeitar minorias religiosas."

Assad recebido pelo aiatolá Ali Khamenei, em Teerã
O Irã também foi um dos principais apoiadores do regime de Assad Foto: Office of the Iranian Supreme Leader/AP/picture alliance

O foco de atuação da Otan está na Europa e na América do Norte, em um momento em que a aliança se contrapõe à Rússia e ao Irã nas questões em torno da guerra na Ucrânia. A organização tem papel muito limitado no Oriente Médio.

Putin concede asilo a Assad

O fim do governo de Assad veio após uma guerra civil de 13 anos desencadeada por uma repressão brutal aos protestos pró-democracia no país. O conflito matou mais de 500.000 pessoas e forçou metade da população a fugir de suas casas. Milhões rumaram para o exterior.

O Kremlin informou que a Rússia concedeu asilo político a Assad por decisão do próprio presidente, Vladimir Putin. O porta-voz do governo, Dmitry Peskov, se recusou a comentar sobre o possível paradeiro do ditador deposto e não confirmou se Putin planeja se reunir com ele.

rc (DPA, AFP, AP)