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Papa abre sínodo defendendo família tradicional

4 de outubro de 2015

Em missa inaugural, pontífice prega "indissolubilidade" do casamento e condena divórcio, mas pede compaixão para divorciados. Reunião começa um dia após padre ser demitido de seus cargos no Vaticano por se declarar gay.

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Foto: Reuters/M. Makela

Ofuscado pela declaração de um padre polonês, que afirmou ser gay, começou neste domingo (04/10) no Vaticano o Sínodo dos Bispos sobre a futura orientação da Igreja Católica em relação à família. Até o dia 25 de outubro, o Papa debate com 270 bispos de todo o mundo sobre a posição da Igreja sobre questões envolvendo casamento, divórcio e família. O sínodo começou em uma atmosfera tensa, depois que o Vaticano foi abalado na véspera, com a declaração do sacerdote Krzysztof Charamsa, que disse ser homossexual e fez graves acusações contra a Igreja.

O papa Francisco abriu o sínodo com uma missa, em que defendeu a "indissolubilidade" do casamento e condenou o divórcio. Ao mesmo tempo, ele pediu misericórdia em relação aos divorciados. Ele afirmou que a Igreja deve se sentir comprometida em "procurar os pares feridos e cuidar deles com o óleo do acolhimento e da compaixão". O pontífice condenou, ainda, "uma Igreja das portas fechadas, que se tornou um limite, em vez de uma ponte."

Durante a homilia, o papa Francisco reafirmou o valor do matrimônio. "Para
Deus, o casamento não é uma utopia da juventude, mas um sonho, sem o qual suas criaturas são destinadas à solidão ", disse, citando o Evangelho de Marcos, em que
Jesus afirma que "o que Deus uniu, o homem não deve separar".

O sínodo vai discutir também a posição da Igreja em relação a divorciados recasados, à união de fiéis solteiros e também ao aborto e à contracepção. A posição da Igreja em relação aos homossexuais também deve ser abordada, mas alguns clérigos pretendem excluir o assunto.

O Vaticano foi abalado na véspera da inauguração do sínodo, quando o sacerdote polonês Krzysztof Charamsa, que era membro da influente Congregação para a Doutrina da Fé, tornou pública sua homossexualidade e acusou o clero de ser "predominantemente homossexual e homofóbico". Ele classificou a atitude da Igreja em relação a homossexuais como "retrógrada".

O Vaticano respondeu com indignação e imediatamente demitiu Charamsa das suas funções na Congregação pela Doutrina da Fé. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, acusou as declarações feitas pelo padre de "graves e irresponsáveis".

MD/afp/dpa