Papa prega paz e tolerância na República Centro-Africana
29 de novembro de 2015O papa Francisco pediu neste domingo (29/11) "uma grande paz" e tolerância na República Centro-Africana durante uma visita a um campo de refugiados, onde vivem cerca de 7 mil deslocados internos devido a conflitos religiosos no país.
"Sem tolerância, o perdão não é possível", disse o pontífice no campo que fica próximo à capital Bangui e abriga pessoas que fugiram da violência entre cristãos e muçulmanos.
Milhares de pessoas morreram e quase 25% da população do país, que possui 4,7 milhões de habitantes, foi obrigada a abandonar suas casas desde que rebeldes Seleka, de maioria muçulmana, derrubaram o presidente em março de 2013.
Francisco também foi recebido pela presidente interina do país, Catherine Samba-Panza. No encontro, o papa criticou a xenofobia e pediu que a igreja católica local promovesse a reconciliação no país.
"Unidade é para ser vivida e construída com base na diversidade maravilhosa do nosso ambiente, evitando a tentação do medo de outros, do desconhecido, do que não é parte do nosso grupo étnico, da nossa opinião política e da nossa confissão religiosa", afirmou Francisco.
Esperanças de paz
Após o encontro com o pontífice, Samba-Panza pediu perdão em nome da classe dirigente pela "descida aos infernos", em alusão à violência no país, e afirmou que a visita era uma "bênção do céu" que poderia contribuir para solucionar o conflito na região.
Ao chegar ao país, o papa foi recebido por representantes católicos e muçulmanos. "O Santo Padre não veio à República Centro-Africana visitar os católicos, mas para visitar os centro-africanos. É um bom sinal de reconciliação entre muçulmanos e centro-africanos", afirmou El Adji Tchakpabrede, representante da comunidade islâmica.
Em Bangui, Francisco percorreu a cidade no papamóvel, apesar da preocupação das autoridades locais de que não seria possível garantir a segurança do pontífice.
A República Centro-Africana foi a terceira e última parada do papa na sua primeira viagem ao continente africano, na qual ele visitou também o Quênia e Uganda. Estima-se que 180 milhões de católicos vivam na África. A região é onde o número de fiéis mais cresce no mundo.
CN/lusa/dpa/afp