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Parlamento do Irã apresenta queixa contra presidente

11 de abril de 2021

Segundo observadores, acusações de ultraconservadores contra Hassan Rohani estariam relacionadas à perspectiva de reconciliação com EUA. Irã intensificará enriquecimento de urânio, contrariando acordo nuclear de 2015.

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Presidente iraniano, Hassan Rohani
Presidente iraniano, Hassan Rohani, sob pressão de políticos linha-duraFoto: Isna

Dos 235 representantes presentes ao Parlamento em Teerã, 190 votaram por apresentar queixa contra o presidente Hassan Rohani, acusando-o de ignorar leis nacionais, segundo a agência de notícias iraniana Fars.

No entanto, observadores supõem uma conexão com as novas negociações do acordo nuclear em Viena, que podem resultar numa reconciliação com o arqui-inimigo Estados Unidos.

Logo depois de vencer as eleições legislativas em fevereiro de 2020, os linhas-duras e ultraconservadores do Irã desejavam a convocação perante o Parlamento e eventual deposição do chefe de Estado moderado.

Segundo eles, com sua política pró-Ocidente e com o acordo nuclear de 2015, Rohani teria desviado a República Islâmica de suas metas ideológicas. Além disso, a política de reforma dele não teria trazido benefícios ao país antes rico em petróleo e o precipitado numa de suas piores crises econômicas.

Rohani rechaça veementemente as críticas, acusando, por sua vez, os linhas-duras do Parlamento de sacrificarem interesses nacionais em nome de lutas de poder internas, de olho no pleito presidencial de junho. Após dois mandatos, ele não poderá mais concorrer, porém observadores avaliam que a intenção de seus opositores é também minimizar as chances de outros candidatos mais moderados.

Presidente do Irã e peritos diante de centrífugas nucleares
Peritos apresentam novas centrífugas nucleares a Rohani (c.)Foto: Office of the Iranian Presidency/AP Photo/picture alliance

Irã acelera enriquecimento de urânio

Neste sábado (10/04), Rohani anunciou que seu país iniciou testes mecânicos com uma nova centrífuga nuclear avançada, do tipo IR-9, capaz de separar isótopos de urânio mais rapidamente, acelerando o enriquecimento do elemento radioativo.

Segundo a Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI, na sigla em inglês), o processo permitirá o enriquecimento de urânio até 60%. A decisão constituiu uma infração do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) de 2015, em que o país asiático se comprometia a se ater às centrífugas do tipo IR-1 e a um grau de enriquecimento de 4%, garantindo assim que não construiria armas atômicas.

Desde que o então presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou unilateralmente o acordo, em 2018, Teerã também deixou de honrar seus termos, embora prometendo retroceder, assim que Washington retornasse à mesa de negociações. Os demais integrantes do JCPOA são Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia.

av (Reuters,AFP,AP,DPA)