PIB cai 3,8% em 2015, pior resultado desde 1996
3 de março de 2016A economia brasileira sofreu uma retração de 3,8% em 2015, a maior desde 1996, quando se iniciou a nova metodologia de cálculo, afirmou o IBGE nesta quinta-feira (03/02), ao divulgar os números do Produto Interno Bruto (PIB).
Já no último trimestre de 2015, o PIB recuou 1,4% na comparação com o trimestre anterior, já feito o ajuste sazonal. É a primeira vez desde 1990 que a economia brasileira cai quatro semestres consecutivos. No ano passado, o PIB brasileiro foi de 5,904 trilhões de reais, segundo o cálculo do IBGE.
Considerando a metodologia anterior, um resultado pior do que o de 2015 foi registrado em 1990, quando a economia recuou 4,3%. Aquele foi o ano da hiperinflação e do confisco da poupança pelo governo Collor.
A retração da economia em 2015 reflete recuos em praticamente todos os setores, com destaque para os investimentos, com queda de 14,1%. Os dados indicam também quedas significativas na Indústria (6,2% ) e nos serviços (2,7%). O consumo das famílias caiu 4%. O único setor avaliado que registrou crescimento foi a agropecuária, com alta de 1,8%.
O país vive profunda crise econômica e política, em meio ao cenário de inflação de dois dígitos, desemprego e juros elevados, que tem abalado ainda mais a confiança dos agentes econômicos e colocado desafios cada vez maiores para a presidente Dilma Rousseff, sobretudo no campo fiscal.
Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas, mostrou que a projeção é de que a economia brasileira continue recuando neste ano (-3,45%), com leve recuperação a partir de 2017, com crescimento de 0,5%.
Com a economia cada vez mais anêmica, a necessidade de austeridade fiscal maior para estabilizar a dívida do país cresceu bastante. Pesquisa da agências de notícias Reuters mostrou nesta semana que, agora, os economistas consultados acreditam que é preciso ter superávit primário de 2,8% do PIB para isso e que a economia brasileira voltará ao nível pré-recessão apenas em 2019.
Em 2014, a maior economia da América Latina havia avançado apenas 0,1%. A previsão da maioria dos economistas é que haja um novo recuo em 2016.
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