Um ano depois
12 de julho de 2008
Com o Plano Nacional de Integração, a União, os estados e municípios acertaram, pela primeira vez na história alemã, uma estratégia comum para estimular a integração. O plano inclui 400 medidas e tarefas assumidas pelo governo.
Entre as obrigações da União está a liberação de mais recursos para os programas de integração e para criar melhores oportunidades de trabalho aos jovens de famílias com precedentes de imigração. Isso também inclui cursos especiais para analfabetos e mulheres com filhos pequenos.
Só 40% adquirem certificado escolar
De acordo com a encarregada de integração do governo federal, Maria Böhmer, a reação dos imigrantes foi positiva de uma forma geral. Em entrevista à DW-RADIO, ela declarou que a recepção das medidas nas pequenas e médias cidades alemãs, por onde viajou recentemente, está sendo bastante positiva. Em cidades desse porte, não é incomum os imigrantes e seus descendentes somarem 20% da população.
Maria Böhmer considera importante a confiança que se desenvolveu no diálogo com os representantes de imigrantes: "Não falamos uns dos outros, mas sim uns com os outros, o que representa uma base absolutamente sólida". Associações de imigrantes, organizações da comunidade turca e representantes islâmicos também se comprometeram a apoiar ativamente o plano nacional.
O êxito da integração dos imigrantes na sociedade depende sobretudo da sua formação, qualificação profissional e assimilação pelo mercado de trabalho. Os problemas que ainda existem nesses âmbitos ficam claros no relato recém-divulgado pelo governo:
"Só em 2005, 15 mil estudantes de famílias estrangeiras abandonaram a escola antes de completarem o curso. Entre os alemães, são 70% que adquirem o certificado escolar médio, mas entre os jovens de origem estrangeira são apenas 40%", constatou Böhmer.
Educação é a chave
A melhoria das oportunidades de formação para jovens de origem estrangeira é a principal meta de Böhmer. Em maio passado, constituiu-se uma espécie de rede nacional para fortalecer o patrocínio de formação profissional. Projetos já existentes serão interligados em rede e outros deverão ser criados.
Esse sistema será aplicado sobretudo aos primeiros anos da pré-escola e à transição entre a escola e a profissionalização. Böhmer fez um apelo para que o empresariado alemão crie mais vagas de formação profissionalizante.
Agora seria a hora de transformar palavras em ação. Isso foi o que Böhmer exigiu dos estados. Seriam necessários testes de língua padronizados e reforço de aprendizado do idioma para as crianças, a fim de que todas já dominem o alemão ao ingressarem na escola.
Isso requer um maior preparo por parte dos educadores na pré-escola. Se a maior parte das crianças for de origem estrangeira, o educador teria que ter uma formação intercultural. Para isso, o governo federal está apoiando uma iniciativa de qualificação pedagógica.
Fundamental a participação dos pais
Quanto à criação de oportunidades de formação, também é fundamental o papel dos pais. Na opinião de Böhmer, eles deveriam receber apoio em sua responsabilidade pelo êxito escolar de seus filhos.
As Secretarias estaduais de Educação e oito organizações de migrantes se comprometeram, numa declaração em conjunto, a fomentar a cooperação entre pais e instituições educacionais, inclusive aumentando as ofertas de cursos de língua para pais imigrantes.
O governo federal desenvolveu uma nova concepção, a fim de avaliar o estágio de integração com base em critérios e 14 complexos temáticos. Com isso, será possível avaliar com maior clareza a eficiência da implementação das medidas do Plano Nacional de Integração.