Neonazistas
7 de setembro de 2010A polícia da Alemanha fez nesta terça-feira (07/09), em nove estados do país, uma operação simultânea contra uma organização neonazista. Segundo informações do ministério do Interior, foram realizadas buscas em instalações da organização HNG, grupo que tem por objetivo declarado apoiar extremistas presos e seus dependentes.
O Ministério está analisando uma possível proibição da HNG. As buscas tiveram por objetivo reunir material para essa análise. A HNG não trabalha em prol da ressocialização dos extremistas, mas os incentiva nas suas ideias radicais, afirmou Klaus-Dieter Fritsche, do Ministério do Interior.
Os policiais vasculharam cerca de 30 casas de funcionários, membros e simpatizantes da organização neonazista e apreenderam diversos documentos. A ação se concentrou nos estados da Baviera, Baixa Saxônia, Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado, mas também foram feitas buscas na Turíngia, na Saxônia-Anhalt, em Brandemburgo, em Berlim e em Baden-Württemberg.
"As buscas de hoje vão mostrar se a nossa suspeita está correta e se a HNG, com sua militância agressiva, é direcionada contra a ordem constitucional", justificou Fritsche.
Grupo neonazista
A HNG (Hilfsorganisation für nationale politische Gefangene und deren Angehörige) é a maior organização neonazista da Alemanha. O grupo foi fundado em 1979 e tem atualmente cerca de 600 membros.
Uma das figuras centrais da organização é uma mulher: nascida em 1933, Ursula Müller foi uma das organizadoras, juntamente com o seu marido, de reuniões que marcavam o aniversário de Adolf Hitler até o início dos anos de 1990. Müller já foi condenada por suas atividades radicais.
Fritsche ressaltou que grupos como a HNG "não se assentam na Constituição e ameaçam a coesão social". Segundo estimativas, em 2009 havia aproximadamente 5 mil neonazistas em atividade na Alemanha.
No entanto, a cena neonazista alemã está mudando: os membros de organizações com uma estrutura definida diminuíram, e há mais grupos informais em atividade, que concentra cerca de 15% dos radicais.
O secretário estadual do Interior da Renânia-Palatinado, Karl Peter Bruch, disse que a operação é um avanço na luta contra os neonazistas na Alemanha. Segundo Bruch, o Estado precisa responder contra as atividades de extrema direita que visam eliminar a democracia e que exploram os neonazistas presos.
NP/dpa/dapd/afp
Revisão: Alexandre Schossler