Polícia francesa detém chefes do Uber
29 de junho de 2015Os dois chefes do Uber na França foram levados sob custódia, nesta segunda-feira (29/06), como parte de uma investigação sobre o aplicativo para smartphones, que oferece caronas pagas e provocou protestos de motoristas de táxi. Uma investigação sobre a empresa está aberta no país desde 2014.
O aplicativo coloca clientes em contato com motoristas particulares, que por um lado oferecem um transporte mais barato, mas não enfrentam as mesmas regulamentações fiscais e de segurança que os taxistas.
Sem nomear os dois gestores franceses do Uber, a porta-voz da promotoria de Paris, Agnes Thibault-Lecuivre, disse que a polícia os levou sob custódia para um interrogatório sobre "atividades ilícitas" ligadas ao serviço de menor custo da empresa, chamado de UberPop.
A empresa tem irritado funcionários e consumidores nos Estados Unidos, na China e em vários outros países. Taxistas licenciados na França, por exemplo, dizem que o serviço coloca seus empregos em risco por inundar o mercado com condutores de baixo custo não regulamentados, que não pagam o mesmo nível de encargos sociais, não foram submetidos às 250 horas obrigatórias de formação ou não necessitam do mesmo seguro dos táxis.
Na semana passada, taxistas em greve incendiaram veículos e bloquearam estradas na França, interrompendo o tráfego e as férias de milhares turistas – entre eles, as da cantora e atriz americana Courtney Love, que, via Twitter, comparou a França com o Iraque. "Eles [os taxistas] emboscaram nosso carro e estão mantendo nosso motorista refém. Eles estão batendo nos carros com bastões de metal. Esta é a França? Estou mais segura em Bagdá", escreveu Love.
Há bastante tempo a empresa, que oferece vários tipos de serviços de carona, tem lutado com o governo sobre o UberPop. A França declarou o serviço como ilegal em janeiro, mas a lei tem-se revelado difícil de aplicar, e o serviço continua funcionando.
Uber anunciou que continuará operando o serviço até que um veredicto final seja dado pelo Tribunal Superior da França. Depois dos protestos da semana passada, porém, o governo francês pleiteou pelo encerramento do aplicativo. Com sede em São Francisco, na Califórnia, a empresa afirma ter 400 mil usuários do UberPop na França.
PV/afp/ap