Tragédia da Love Parade causa queda de prefeito
13 de fevereiro de 2012Os habitantes de Duisburg decidiram neste domingo (12/02), nas urnas, destituir Adolf Sauerland do cargo de prefeito da cidade. Ele é acusado de má gestão durante e depois do festival de música tecno Love Parade em 2010. Na apresentação do dia 24 de julho, 21 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas, em decorrência de um pânico coletivo.
Boa presença às urnas
Ao longo as investigações, constatou-se que as vias de acesso à festa eram estreitas demais, e as saídas de emergência demasiado distantes do local do incidente ou bloqueadas. Até hoje, alguns funcionários estão respondendo a inquérito. A tragédia fez com que a Alemanha redobrasse as exigências de segurança para grandes eventos.
Dos 365 mil eleitores da cidade no oeste da Alemanha, quase 130 mil votaram pela retirada de Sauerland do cargo, apenas 21,5 mil se manifestaram contra. Para que a destituição fosse aprovada, eram necessários os votos de 92 mil cidadãos.
Sindicatos e partidos políticos da oposição foram os responsáveis pela petição para que fosse feita essa consulta à população. O documento contou com quase 80 mil assinaturas, sendo 55 mil o mínimo legal necessário para forçar um referendo. Os cidadãos culpavam Sauerland por não assumir a responsabilidade pelo desastre, de ter cometido um erro ao autorizar o festival, e de tratar de modo indevido vítimas e familiares.
Seis meses para um novo prefeito
O prefeito democrata-cristão resistiu durante bastante tempo a se desculpar perante os feridos e os familiares dos mortos, além de se negar terminantemente a renunciar à chefia da administração de Duisburg, que deveria ocupar até 2015.
O prazo para a escolha de um novo prefeito é de seis meses, e os partidos locais estão engajados na busca por um sucessor. Segundo o diretor executivo do Partido Social Democrata (SPD) de Duisburg, Jörg Lorenz, estão planejadas ainda para esta semana sondagens junto ao Partido Verde, o A Esquerda e o Liberal Democrático.
O partido de Adolf Sauerland, a conservadora União Social Democrata (CDU), também está deliberando sobre seu candidato. A possível data para as eleições é 17 de junho, sendo o segundo turno, entre os dois candidatos mais votados, duas semanas mais tarde.
BR/ap/dapd/dpa
Revisão: Augusto Valente