Premiê francês alerta para risco de novos ataques na Europa
16 de novembro de 2015Em entrevista à emissora RTL na manhã desta segunda-feira (16/11), o primeiro ministro francês, Manuel Valls, afirmou que o governo sabia que ataques estavam sendo preparados e que outros ainda estão sendo planejados, não apenas na França, mas em toda a Europa.
"Teremos que conviver com essa ameaça ainda por um bom tempo" disse Valls. Segundo o premiê, os ataques de 13/11, que deixaram 129 mortos e mais de 350 feridos, não foram apenas inspirados na milícia terrorista, mas organizados diretamente na Síria.
A polícia francesa conduziu buscas por islamistas suspeitos durante a noite em todo o país. Em Lyon, as autoridades encontraram um lançador de foguetes e outras armas. De acordo com investigadores, cinco suspeitos foram presos. A ação faz parte do estado de emergência imposto pelo governo e não tem ligação direta com os ataques em Paris.
Enquanto isso, a polícia continua a caçada por suspeitos em toda a Europa. A polícia francesa divulgou uma foto de um "perigoso" suspeito, procurado também na Bélgica, onde os detalhes do massacre de sexta-feira teriam sido planejados.
Minuto de silêncio
A capital francesa se prepara para um minuto de silêncio ao meio-dia para velar as vítimas dos ataques de sexta-feira. A homenagem será acompanhada em todos os países da União Europeia e também em nações aliadas, em solidariedade. Nos Estados Unidos, a bandeira nacional ficará hasteada a meio mastro até o pôr do sol de quinta-feira.
O presidente francês, François Hollande, observará o minuto de silêncio na Universidade de Sorbonne, em reconhecimento ao grande número de jovens entre os 129 mortos. Segundo as autoridades, a grande maioria das vítimas tinha menos de 40 anos de idade.
Ataques aéreos
As cerimônias do terceiro e último dia de luto nacional ocorrem após ataques aéreos das Forças Armadas da França a alvos do grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI), que assumiu a autoria dos ataques.
Em retaliação, os aviões de guerra franceses destruíram um posto de comando do EI, um centro de recrutamento, um depósito de munição e um campo de treinamento "terrorista" em Raqqa, na Síria, informou o ministro da Defesa. Até agora não há relatos sobre mortos nos ataques.
Volta à rotina
Após terem passado o fim de semana fechados, o Louvre, o Museu d'Orsay e outros museus da capital francesa, além de teatros e centros culturais, reabrem as portas nesta segunda-feira, às 13h. As aulas também transcorrem normalmente.
No domingo os parisienses procuraram não se deixar intimidar e mantiveram sua rotina, indo a cafés e parques. Da mesma forma, atividades que já estavam programadas há meses – eventos culturais, missas e concertos – decorreram normalmente na capital francesa.
"Nós estamos aqui. Estamos tentando nos adequar a algo que é novo para nós", disse Alban Zipper de Fabiani, um jovem empresário do bairro de Marais. "Todos os dias eu passo pelos locais onde esses ataques aconteceram. Eu moro a cinco minutos daqui."
O pior ataque terrorista na história da França chocou a capital menos de 11 meses após jihadistas terem invadido o semanário satírico Charlie Hebdo e um supermercado judaico, matando 17 pessoas.
FF/afp/ap/dw