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Presidente do BC vê sinais de melhora

tk / lk13 de janeiro de 2003

Ernst Welteke, o presidente do Banco Central da Alemanha, não vê problemas para a competitividade dos produtos alemães no exterior, mesmo que o euro se mantenha forte em relação ao dólar.

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Para Ernst Welteke, estabilidade da moeda única é um dos fatores positivosFoto: AP

Em entrevista à Deutsche Welle, Ernst Welteke, presidente do Bundesbank — o Banco Central da Alemanha — fez prognósticos moderadamente otimistas quanto ao desenvolvimento econômico do país no corrente ano. Existem muitos sinais de que o crescimento econômico em 2003 será maior do que no ano passado, desde que uma possível guerra no Iraque não dure muito tempo, afirmou.

Um desses sinais é a maior estabilidade da moeda, que deve levar a um aumento do poder aquisitivo. Acrescente-se que os estoques acabaram-se quase todos, o que significa perspectiva de aumento de produção, e que os aumentos salariais deste ano devem ser moderados.

Os mais recentes dados da indústria manufatureira, aliás, divulgados nesta segunda-feira (13), parecem confirmar os prognósticos de Welteke: a produção industrial cresceu em novembro 2,5% em relação a outubro.

Disciplina é precondição

Para o presidente do BC alemão, é absolutamente necessário que a economia comece a reagir, a fim de evitar que o endividamento público ultrapasse novamente a cota de 3% estabelecida pelo Pacto de Estabilidade da União Européia. Para tanto, é preciso que as leis necessárias sejam aprovadas pelo Parlamento, o Bundestag, e pela câmara alta, o Bundesrat. Outra precondição é uma "política de consolidação persistente, tanto por parte dos municípios, dos estados e da União, quanto por parte da previdência social", insiste.

Exportações não devem sofrer

Welteke confia na performance do setor de exportações, que voltou a bater um recorde em 2002 e não vê, no momento, ameaças à competitividade dos produtos alemães no exterior, mesmo que o euro mantenha sua alta cotação em relação ao dólar. Ele lembra que a moeda norte-americana estava sobrevalorizada "e agora, diante dos receios de uma guerra no Iraque, muitos investidores se retraem e preferem investir no euro". A competitividade internacional poderá vir a sofrer com isso, mas só "a longo prazo".

Outros analisas também procuram dispersar os temores de que o comércio exterior alemão venha a ser prejudicado, lembrando que, para grande parte das exportações — as que vão para os demais países da união monetária —, nada muda com a valorização do euro. Além disso, as importações ficam mais baratas, o que deve ter bons reflexos sobre o comportamento dos consumidores e facilitar para os produtores a compra de matérias-primas.

Contra argumentos hipotéticos

O argumento de que os juros estabelecidos pelo Banco Central Europeu — mais altos do que os vigentes nos EUA — possam impedir o crescimento econômico na Alemanha é visto por Welteke como "hipotético". Ninguém pode partir do princípio de que os juros seriam mais baixos, se o marco alemão ainda existisse e os juros fossem estabelecidos pelo Bundesbank, afirma.

"Ninguém sabe qual seria o valor do marco no exterior numa situação como a atual. E, principalmente, ninguém sabe como estariam os preços e qual seria a relação entre o marco e as demais moedas nacionais", concluiu Welteke.