Presidente interino Maduro é favorito das eleições na Venezuela
14 de abril de 2013Cerca de 19 milhões de venezuelanos estão aptos a ir às urnas neste domingo (14/04) para escolher um novo presidente para o país – e com ele, definir o rumo que a Venezuela tomará nos próximos anos. O presidente interino e herdeiro político de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, é considerado favorito para vencer o pleito frente ao opositor Henrique Capriles, que nos últimos dias chegou a diminuir a diferença com o primeiro colocado na corrida eleitoral.
O futuro presidente da Venezuela, seja quem for, deverá enfrentar uma economia extremamente dependente dos preços do petróleo no mercado mundial, uma inflação galopante e um setor privado prejudicado pelos controles de câmbio e de preço. Além disso, terá que buscar soluções para a precária infraestrutura do país, a escassez de alimentos e medicamentos e os altos índices de criminalidade, especialmente homicídios e sequestro.
Sem o carisma nem a conhecida oratória de Chávez, Maduro – líder sindical e condutor de metrô, antes de se tornar chefe de Estado – fez uma campanha centrada no líder, que permaneceu no poder nos últimos 14 anos, até a morte, em março passado, vítima de um câncer. O presidente interino garantiu que, se eleito, continuará a "revolução socialista" iniciada por seu antecessor.
Maduro também afirmou que vai acatar o resultado das eleições, caso seja derrotado nas urnas por Capriles. Os governistas denunciaram ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que a oposição estaria planejando não reconhecer o resultado das urnas e até mesmo matar Maduro.
O opositor, no entanto, afirma que seus adversários estão "desesperados" e classificou a denúncia como "estranha". Ele ainda acusa o governo de ter utilizado recursos públicos na campanha eleitoral. Capriles, jovem advogado de classe média, concorre pela segunda vez à presidência da Venezuela. No último pleito, em outubro do ano passado, ele perdera para Chávez. Se eleito, Capriles promete seguir o caminho da abertura econômica, acabar com a corrupção e reconciliar o país dividido.
Olho na Venezuela
O processo eleitoral será acompanhado por 3.435 observadores internos e 240 internacionais, entre os quais, os ex-presidentes da República Dominicana, Leonel Fernández, e da Guatemala, Álvaro Colom. Há ainda missões internacionais no país, sendo a principal a da Unasul, composta por 40 técnicos dos países-membros.
As eleições venezuelanas são observadas de perto também por vários países latino-americanos, especialmente os que eram aliados de Chávez e se beneficiaram com acordos vantajosos com a Venezuela, a qual detém as maiores reservas de petróleo do mundo.
A cruzada socialista implementada por Chávez teve como base programas sociais, financiados pela venda de petróleo, que reduziram os índices de pobreza no país de 50% para aproximadamente 30%, inflando sua popularidade entre as classes mais baixas. No entanto, a política chavista de intervenção sobre a economia também despertou aversão por parte das classes média e alta.
MSB/dpa/rtr/ap