Prodi ganha voto de confiança
1 de março de 2007O governo de centro-esquerda de Romano Prodi obteve, na noite de quarta-feira (28/02), o voto de confiança do Senado italiano com 162 votos a favor e 157 contra da oposição conservadora. Na sexta-feira, o Executivo será submetido ao voto de confiança da Câmara de Deputados, onde conta com maioria bem mais confortável do que no Senado, razão pela qual deverá poder continuar governando. "Estou muito satisfeitro", declarou Prodi após a divulgação do resultado da votação.
No fim de semana, o presidente Giorgio Napolitano havia solicitado a Prodi – que apresentara pedido de renúncia no dia 21 de fevereiro após apenas nove meses no governo – que permanecesse no cargo e buscasse o voto de confiança das duas câmaras do Lesgislativo.
Alívio e ceticismo
"A coalizão alcançou um acordo forte e claro sobre os pontos programáticos fundamentais", declarou o primeiro-ministro, que conseguiu a maioria graças ao voto de vários senadores vitalícios independentes. Um ex-democrata-cristão e representante do ex-chefe de governo Silvio Berlusconi também votou a seu favor.
A pequena margem de votos que garantiu a vitória de Prodi não permite que reine em Roma apenas alívio com o fim da crise de governo. Muitos observadores se perguntam por quanto tempo a coalizão de centro-esquerda vai conseguir se manter no poder, visto que em questões relevantes não há consenso entre os membros do gabinete de ministros. O ministro da Justiça, Clemente Mastella, contemporiza: "O governo é como a Torre de Pisa: se inclina, mas não cai".
O diário romano La Repubblica fala num editorial de um "suspiro de alívio na facção de centro-esquerda". Mas acrescenta que, para os realistas, não pode haver dúvida de que é impossível governar com uma maioria tão modesta. A principal tarefa política da Itália seria uma reforma da legislação eleitoral.
Também o Corriere della Sera, de Milão, manifesta "dúvida considerável quanto à duração deste governo e desta legislatura", levando em consideração que não há consenso na coalizão, em especial quanto à permnência das tropas italianas no Afeganistão, quanto à reforma da previdência social e quanto aos gastos públicos. (lk)