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Quais as tarefas e limitações da ISAF?

lk10 de agosto de 2003

Que tarefas estão incluídas no mandato, como é estruturada a Força Internacional de Segurança e Assistência e qual o papel da Bundeswehr?

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Soldados alemães no AfeganistãoFoto: AP

Nenhum país tem desempenhado um papel tão ativo dentro da ISAF quanto a Alemanha. Desde que os primeiros soldados da tropa internacional de segurança desembarcaram em Cabul, em janeiro de 2002, tem cabido à Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, um papel de liderança. O comando geral esteve inicialmente a cargo dos britânicos e dos turcos, em ritmo de seis meses, mas os cinco mil soldados de 29 nações sempre estiveram sob as ordens de generais alemães.

Dois pilares

Este fato explica-se pela estrutura da tropa de segurança, composta de dois pilares: o comando geral, instalado no centro da capital numa mansão entre o palácio presidencial e a embaixada dos Estados Unidos; e a Brigada Multinacional, que tem seu quartel-general num acampamento militar (o Camp Warehouse) a 15 quilômetros do centro em direção leste.

Nos 19 meses de atuação da Brigada Multinacional em Cabul, três generais de brigada alemães alternaram-se em seu comando: Carl Hubertus von Butler, Manfred Schlenker e Werner Frees. A 17 de julho, a Bundeswehr transferiu o comando ao Canadá.

O comando geral mantém contato com o presidente Hamid Karsai, com os diferentes ministérios, com a ONU e decide as medidas necessárias ao cumprimento do mandato atribuído à ISAF pelo Conselho de Segurança: apoiar o governo de transição, zelando pela segurança em Cabul e cercanias.

A Brigada Multinacional implementa as medidas e cumpre as tarefas, entre as quais se incluem 50 patrulhas diárias, a pé ou em veículos blindados, pelos 16 distritos policiais da capital. Às vezes os soldados estrangeiros atuam sozinhos, às vezes acompanhados de policiais afegãos.

Bundeswehr-Soldat in Afghanistan
Patrulhas em veículos blindados fazem parte das tarefas dos soldados da ISAFFoto: AP

Mas as tropas internacionais ajudam ainda na desmobilização dos soldados e sua integração na vida civil, no recolhimento de armas e na reintegração de refugiados de volta à capital.

Ampliação do mandato à vista

Missão tão abrangente dificilmente pode ser cumprida enquanto a ISAF estiver restrita à região de Cabul. O presidente Hamid Karsai e o enviado especial das Nações Unidas, Lakhdar Brahimi, reivindicam a ampliação da área de atuação das tropas internacionais.

Os repetidos atentados contra soldados da ISAF comprovam que a segurança no Afeganistão está longe de estar garantida. Para o ministro alemão da Defesa, Peter Struck, também está claro que "não vamos conseguir condições estáveis no Afeganistão, se não demonstrarmos presença também fora da capital".

Trauerfeier für Opfer das Kabuler Anschlags
Soldado alemão ferido em atentado, em junho de 2003, é cumprimentado pelo ministro Struck ao chegar de volta à AlemanhaFoto: AP

O assunto está na pauta de Struck em Cabul, onde participa da cerimônia da entrega de comando da ISAF à OTAN. O ministro anunciou, ainda antes da viagem, que vai conversar com o presidente Karsai sobre o envio de soldados alemães também para outras regiões do país.

Enquanto esta questão não estiver definida, a Bundeswehr está reduzindo sua atuação no Afeganistão: após entregar o comando da Brigada Multinacional ao Canadá e o comando geral à OTAN, o próximo passo é retirar de lá cerca de 800 soldados alemães, reduzindo o contingente, até fins de setembro, para 1500 homens.