Rebelo: "Obras da Copa estão adiantadas e ficarão prontas no prazo"
26 de abril de 2012Numa entrevista à imprensa internacional nesta quinta-feira (26/04), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, garantiu que as obras para a Copa do Mundo de 2014 ficarão prontas a tempo. "A maior parte dos estádios está com o cronograma adiantado em relação ao previsto. O atraso, quando há, é estatisticamente desprezível. São atrasos de 1% a 2%, que podem ser recuperados", afirmou.
De acordo com o ministro, algumas obras de infraestrutura já foram entregues, outras estão em andamento e há outras pendentes de licenciamentos dos órgãos ambientais e de patrimônio histórico. Nada disso, porém, afetará a entrega das obras dentro do prazo para a realização dos jogos.
"Uma parte dos estádios será entregue no fim de 2012, e os outros serão entregues no fim de 2013. A Copa do Mundo é apenas em 2014. Construímos a capital Brasília em quatro anos. Não vamos nos atrasar na construção dos estádios", garantiu Rebelo, que assumiu o cargo em outubro de 2011.
Estádios
De acordo com o site Portal 2014 – que acompanha os preparativos para o Mundial com a coolaboração do Sindicato Nacional da Arquitetura e da Engenharia – as obras de quatro dos 12 estádios da Copa não estão dentro do cronograma previsto. O Estádio das Dunas, em Natal, é apontado como o mais atrasado.
O estádio Arena da Amazônia, em Manaus, com custo previsto de R$ 532,2 milhões, teve um custo extra de R$ 86,5 milhões, apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão determinou a suspensão de empréstimos para a obra.
Outro a receber um sinal amarelo na avaliação do Portal é a Arena da Baixada, em Curitiba. O Tribunal de Contas do Estado do Paraná suspendeu o repasse de recursos do BNDES para as obras do estádio até que o orçamento da reforma seja detalhado.
No caso do Beira-Rio, em Porto Alegre, após dez meses de demora para a assinatura de um contrato entre o Internacional e a construtora Andrade Gutierrez, as obras foram retomadas, mas não há cronograma definido.
Infraestrutura
Quanto às obras de infraestrutura, um relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no último dia 14 de abril alerta para diversas irregularidades. Intitulado Aeroportos no Brasil: investimentos recentes, perspectivas e preocupações, o documento aponta que nove dos 13 aeroportos que estão recebendo investimentos para a Copa podem não estar prontos até o Mundial de 2014. O estudo afirma, porém, que os aeroportos provavelmente não terão atrasos em obras relativas às pistas, pátio e terminais provisórios.
Em relação aos aeroportos, o site Portal 2014 avalia que todas as obras merecem uma avaliação positiva – um sinal verde –, indicando que estão andando de acordo com o previsto.
Já sobre os projetos ligados à mobilidade urbana, o site assinala diversos deles com um cartão vermelho. É o caso do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Brasília, planejado para ligar o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek à Asa Sul da capital federal. As obras começaram em 2008, mas foram paralisadas cinco vezes, e o projeto está sem data para nova licitação.
Outro exemplo de atraso diz respeito à implantação de duas novas estações na linha sul do metrô de Fortaleza, que deveria ter começado em dezembro de 2011. A obra foi licitada, mas deve começar apenas em agosto.
Críticas internacionais
Além de instituições brasileiras, como o Ipea e o Portal 14, também há cobrança em âmbito internacional sobre os preparativos para a competição mundial de futebol. Em março de 2012, o secretário geral da Fifa, Jerôme Valcke, por exemplo, afirmou que a construção dos estádios não estava dentro dos prazos e que o Brasil precisava de "um pontapé no traseiro" para agir com mais rapidez.
Sobre as alfinetadas internacionais, Rebelo afirma que toda democracia está sujeita a críticas. "Recebemos todas as críticas com espírito aberto, mas também não nos deixamos impressionar por elas. Vamos cumprir nossos compromissos e realizar a Copa da mesma maneira que ela já foi realizada na Europa, na América, na Ásia e na África", declarou.
Autora: Luisa Frey
Revisão: Alexandre Schossler