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Reino Unido rejeita estender negociações pós-Brexit 

13 de junho de 2020

​​​​​​​Londres não pedirá mais tempo para chegar a acordo permanente com UE no pós-Brexit, confirmou chefe de gabinete britânico, Michael Gove. No entanto, o país relaxou sua posição no tema dos controles alfandegários. 

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Symbolbild Brexit Verhandlungen
Foto: picture-alliance/empics/S. Rousseau

O Reino Unido confirmou formalmente à União Europeia (UE), nesta sexta-feira (12/06), que não deseja ampliar o período de transição pós-Brexit, que vai até o fim de 2020. Londres descartou assim a possibilidade de solicitar uma extensão que daria aos seus representantes mais tempo para chegar a um acordo permanente com a UE em seu relacionamento pós-Brexit. 

"Confirmei formalmente que o Reino Unido não ampliará o período de transição e que passou o tempo de pedir prorrogações", escreveu o ministro de gabinete, Michael Gove, no Twitter após uma reunião por videoconferência com o vice-presidente de Relações Institucionais da Comissão Europeia.  

Michael Gove, ministro britânico responsável pelos laços pós-Brexit com a UE, disse que "o momento da extensão já passou."  

Para evitar um cenário sem acordo, os dois lados precisariam negociar um novo pacto permanente nos próximos meses, aprová-lo e fazê-lo entrar em vigor antes que o acordo temporário atual expire em 1º de janeiro do próximo ano. 

"Em 1º de janeiro de 2021, retomaremos o controle e recuperaremos nossa independência política e econômica", escreveu Gove no Twitter na sexta-feira. 

Também na sexta-feira, o governo britânico anunciou que introduziria paulatinamente controles de fronteira após 1º de janeiro, retrocedendo no plano inicial de controle total sobre os produtos da UE depois que o acordo temporário expirasse. Em vez disso, os importadores britânicos da maioria das mercadorias da UE poderão adiar o envio de declarações ou pagar tarifas alfandegárias por seis meses, embora precisem manter registros aduaneiros. Espera-se que os controles completos sejam implementados até julho do próximo ano. 

O Reino Unido rejeitou consistentemente a possibilidade de pedir mais tempo para negociar com a UE. Diante da morosidade das negociações e da proximidade do fim do acordo temporário, muitos especularam que Londres poderia, no entanto, mudar de ideia e pedir uma extensão. Essa medida seria legalmente possível apenas até o final de junho. 

O vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, disse que o bloco está tomando a decisão do Reino Unido "como definitiva". Aludindo aos controles nas fronteiras, o funcionário da UE observou que ainda se espera que o Reino Unido forneça detalhes sobre a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, que é uma questão política delicada. 

Separadamente, o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, disse que seria importante "progredir substancialmente" durante as vacilantes negociações com o Reino Unido. "Para dar todas as chances às negociações, concordamos em intensificar as conversas nas próximas semanas e meses", acrescentou.

Desde que o Reino Unido deixou formalmente a UE em 31 de janeiro deste ano, embora relativamente com poucas mudanças em seus vínculos comerciais e de viagem com o bloco durante o período de transição, várias rodadas de negociações terminaram sem resultados visíveis. As autoridades da UE têm sido extraordinariamente francas em suas críticas ao Reino Unido, com Barnier dizendo nesta semana que Londres estava "buscando escolher os elementos mais atraentes do mercado único (UE) sem as obrigações." 

Barnier observou que o Reino Unido estava "exigindo muito mais do que o Canadá, o Japão ou muitos de nossos outros parceiros."  

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, deve conversar com a chefe da Comissão da UE, Ursula von der Leyen, na segunda-feira, numa tentativa de fazer avançar as negociações paralisadas. 

CA/rtr/ap/dpa/afp/dw 

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