Reino Unido vai testar "passaportes sanitários"
4 de abril de 2021O governo britânico vai começar a testar este mês passaportes de covid-19 em eventos no âmbito da estratégia de redução gradual das restrições no país, onde metade da população adulta já tomou a primeira dose da vacina.
Com estes "passaportes", as pessoas poderão comprovar que foram vacinadas, que têm um teste negativo para a covid-19 ou anticorpos após vencer a doença, segundo a imprensa do país.
O objetivo é que esses "atestados" possam contribuir para o regresso seguro dos espectadores a eventos como jogos de futebol, conferências, cinemas ou até mesmo casas nortunas, sem que haja necessidade de impor medidas mais drásticas de distanciamento social.
Um plano-piloto dos passaportes deve ser lançado este mês e se estender até maio para testar a seguraça da medida. Entre os eventos que estarão incluídos está a semifinal da Copa da Inglaterra no estádio de Wembley, uma noite em uma casa noturna, um cinema, um campeonato de sinuca em Sheffield e uma conferência em Liverpool.
No momento, o Sistema Nacional de Saúde (NHS na sigla em inglês) britânico está elaborando um sistema para permitir que as pessoas demonstrem a sua situação de saúde em relação à covid-19 através de um app ou de um certificado em papel. Transportes públicos e serviços essenciais não poderão exigir o passaporte.
O governo do premiê Boris Johnson também está ouvindo especialistas para saber como lidar com a ausência destes certificados no caso das pessoas que não podem ser vacinadas.
Os detalhes do plano de desconfinamento deverão ser revelados na segunda-feira (05/04) por Johnson, incluindo novas normas para autorizações de viagens de e ao exterior, proibidas pelo menos até 17 de maio. "Estamos fazendo tudo o que podemos para permitir que nosso país (...) reabra da forma mais segura possível", disse o líder conservador em um comunicado.
Mas o projeto do passaporte sanitário foi recebido com hostilidade por mais de 70 deputados britânicos, que o consideram "discriminatório". Especialistas também afirmaram à imprensa local que a estratégia pode criar uma "falsa sensação de segurança" entre os cidadãos. Alguns jornais também levantaram o temor que os certificados possam ser falsificados.
O Reino Unido é um dos países europeus mais afetados pela pandemia. O país acumula 4,3 milhões de casos da doença e 126 mil mortes. O ritmo do avanço da doença, no entanto, tem diminuído. Neste domingo, o país registrou apenas 10 mortes de pessoas que testaram positivo nos últimos 28 dias. Foram registrados ainda 3.423 novos casos.
jps (lusa, afp)